Exigências térmicas e impactos do acúmulo de frio na fenologia de cultivares de oliveira (Olea europaea L) no Sul do Brasil
Silva, Flávia Lourenço daGobi, Samuel FranciscoCosta, Vagner BrasilHerter, Flávio Gilberto
As exigências térmicas de frio e calor desempenham um papel fundamental no ciclo fenológico da oliveira (Olea europaea L.), influenciando o início da brotação, a floração e a produtividade. Este estudo avaliou as exigências térmicas de quatro cultivares de oliveira - Arbequina, Koroneiki, Picual e Arbosana- na região da Campanha do Rio Grande do Sul, Brasil, ao longo de oito ciclos fenológicos (2015/2016 a 2023/2024). Foram determinados os estádios de brotação e floração, além de analisadas as horas de frio (HF), unidades de frio (UF) e a soma térmica acumulada (STa) para cada cultivar. Os resultados mostraram que o acúmulo de frio variou de 136 a 419 HF, enquanto a STa variou de 61,50 °C.dia¹ a 161,40 °C.dia¹ para brotação, e de 110,98 °C.dia¹ a 242,80 °C.dia¹ para floração. Cultivares precoces, como Arbequina e Koroneiki, apresentaram menor exigência em frio e maior STa, enquanto 'Picual' demandou maior acúmulo de frio e menor STa. A análise de componentes principais revelou correlações entre as variáveis, evidenciando que invernos amenos anteciparam os eventos fenológicos Os resultados evidenciam uma correlação negativa entre acúmulo de frio e calor. A insuficiência de frio comprometeu a sincronia da floração, com impactos potenciais na polinização e produção. As cultivares precoces mostraram-se mais adequadas a invernos amenos, enquanto cultivares tardias, como 'Picual', podem ser mais vulneráveis às mudanças climáticas. Este estudo destaca a importância de adaptar o manejo da oliveira às condições locais e à escolha de cultivares adequadas para garantir a produtividade em regiões subtropicais emergentes.
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