VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 621-630

Avaliação da positividade do teste de reação cruzada em equinos: comparação entre o uso do plasma e soro

Oliveira, Maria Eduarda de LimaRamos, Heytor SouzaStella, Ana Clara RodriguesCavalcanti, Isabela Reis TenórioCorreia, DeniseCarvalho, Carolina Bataglin deLuz, Patrick EugênioPereira, Priscilla Fajardo ValentePereira, Patrícia Mendes

Os equinos possuem mais de 400.000 possíveis combinações de tipos sanguíneos, dessa forma é praticamente impossível realizar uma transfusão sanguínea na qual exista completa compatibilidade entre os animais. O teste de compatibilidade ou reação cruzada, verifica in vitro a compatibilidade sanguínea entre receptor e doador. A chance de incompatibilidade na primeira transfusão é muito baixa, já que a presença de anticorpos naturais em equinos é rara, dessa forma, o teste de reação cruzada não é comumente realizado na primeira transfusão sanguínea em equinos. Porém, estudos indicam que a positividade da reação cruzada está associada a diminuição do tempo de vida das hemácias, e, portanto, recomenda-se que este teste seja sempre realizado. Atualmente, são poucos os estudos que avaliam a real necessidade do teste de compatibilidade na primeira transfusão sanguínea em equinos. O objetivo desse trabalho foi verificar a ocorrência de reações cruzadas positivas entre equinos que nunca receberam transfusões sanguíneas, além de comparar a utilização do plasma e do soro para a técnica de reação cruzada. O estudo foi realizado avaliando-se 20 cavalos, machos e/ou fêmeas nulíparas. As amostras de sangue destes animais foram testadas entre si resultando em 380 reações cruzadas. O resultado foi apresentado verificando a ocorrência de reações positivas entre eles em dois grupos: plasma e soro. No grupo soro, 14,5% das amostras foram positivas, enquanto no grupo plasma, 37,9% foram positivas. Houve diferença estatística entre os dois grupos, na qual o soro, apresentou menor porcentagem de resultados positivos quando comparado com o plasma, além de indicar que, mesmo em animais que nunca receberam transfusão sanguínea, houve resultados positivos. Este trabalho demonstrou a ocorrência de reações cruzadas positivas em equinos que nunca receberam transfusão sanguínea e que a utilização de soro para a realização da prova de reação cruzada foi a mais confiável do que o plasma.

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