VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 2593-2602

Surto de enterotoxemia por Clostridium perfringens tipo D em ovinos

Salvarani, Felipe MasieroFaccin, MayaneFreitas, Nayra Fernanda de Queiroz RamosMatos, Mônica Regina deGarcia, Edismair CarvalhoPagliosa, Geane MacielBarbosa, José DiomedesLobato, Francisco Carlos FariaViott, Aline de Marco

Este trabalho descreve o primeiro surto brasileiro com confirmação laboratorial de enterotoxemia em ovinos por Clostridium perfringens tipo D, ocorrido no estado do Paraná, abordando os aspectos epidemiológicos envolvidos, sinais clínicos observados, achados patológicos e diagnóstico empregado. Oito fêmeas ovina, gestantes, em bom estado corporal e com histórico de mudanças bruscas na alimentação, sem histórico de vacinação para clostridioses, apresentaram manifestações clínicas neurológicas que logo evoluíram para decúbito, coma e morte. Outras quatro fêmeas apresentaram os sinais clínicos neurológicos e foram encaminhadas ao Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná, setor Palotina. Os animais foram examinados e submetidos à eutanásia devido à gravidade do quadro clínico e prognóstico desfavorável. Destes quatro animais foram coletados fragmentos de órgãos e do conteúdo intestinal. Foi realizada análise macroscópica e microscópica dos órgãos, bem como isolamento bacteriano, tipificação molecular do agente e a detecção das toxinas por meio da técnica de soroneutralização em camundongos a partir do conteúdo intestinal. Os quatro ovinos examinados apresentaram letargia, incoordenação motora, opistótono, movimentos de pedalagem, tremores musculares, paralisia espástica, bruxismo, trismo mandibular, sialorréia, hiperexcitabilidade e decúbito. Na necropsia, constatou-se edema pulmonar (2/4), enterite necrohemorrágica (4/4) e hiperemia de leptomeninges (1/4). Microscopicamente havia pneumonia intersticial linfohistiocitária, enterite necrótica associada com a presença de bastonetes e nefrose com nefrite intersticial linfohistiocitária. Não foram observadas lesões encefálicas dignas de nota em função do quadro agudo da doença. Por meio da soroneutralização foi possível identificar a presença da toxina épsilon no conteúdo intestinal dos quatro...(AU)

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