VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 3313-3320

Leishmaniose Visceral canina em comunidades ribeirinhas da bacia do rio Cuiabá

Sousa, Valéria Régia FrancoDias, Álvaro Felipe de Lima RuyRodrigues, Juliana YukiTorres, Mariana de MedeirosMoreira, Janaína Marcela Assunção RosaNakazato, LucianoDutra, ValériaAlmeida, Arleana do Bom Parto Ferreira de

A Leishmaniose visceral é uma zoonose parasitária em expansão no Brasil. Em vários municípios do Estado de Mato Grosso têm sido notificados casos humanos e caninos, assim como a identificação de flebotomíneos vetores, Lutzomyia longipalpis e Lu. cruzi, inclusive em municípios às margens do Rio Cuiabá. Como o cão é considerado o principal reservatório da Leishmania infantum em áreas urbanas, delineou-se um estudo seccional com o objetivo de avaliar a prevalência da infecção em cães de comunidades ribeirinhas da Bacia do Rio Cuiabá por método parasitológico (isolamento parasitário em cultura), sorológico e molecular. Dos 248 cães pesquisados, 24 foram soro reagentes no ELISA ou IFI, com prevalência de 9,7%. As comunidades ribeirinhas localizadas na cidade de Santo Antônio do Leverger apresentaram maior prevalência que as dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, porém não estatisticamente significativo (p>0,05). Os cães nascidos nas comunidades apresentaram um risco 3,24 vezes maior de adquirir a infecção (p=0,03). Isolamento de promastigota em amostras de medula óssea e pele íntegra e DNA de Leishmania sp. foi detectado em amostras de medula óssea, linfonodo, capa leucocitária e pele íntegra de apenas um cão pesquisado. Tais amostras foram sequenciadas obtendo 99% de homologia a L. infantum. Em conclusão, se observou maior prevalência da infecção nas Comunidades Ribeirinhas do município de Santo Antônio do Leverger, e a comprovação de autoctonia nestas áreas justifica ações de vigilância que minimizem o risco de transmissão para a própria comunidade ribeirinha além da disseminação para outras áreas pelo turismo.(AU)

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