VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 1251-1264

Controle biológico da mancha bacteriana do tomateiro usando fungos sapróbios do semiárido nordestino do Brasil

Peitl, Douglas CasarotoAraujo, Felipe AndreGonçalves, Ricardo MarceloSantiago, Débora CristinaSumida, Ciro HidekiBalbi-Peña, Maria Isabel

A mancha bacteriana do tomateiro causada por Xanthomonas spp. é uma doença frequente nos campos de cultivo, provocando importantes perdas econômicas. Devido à dificuldade de controle com os métodos tradicionais, novas ferramentas de manejo para esta doença, como o controle biológico e a indução de resistência vêm ganhando destaque. O objetivo desse trabalho foi a seleção de fungos sapróbios do semiárido nordestino brasileiro para o controle biológico da mancha bacteriana do tomateiro. Inicialmente, com o objetivo de selecionar os isolados que apresentassem melhor controle da mancha bacteriana, foi montado um ensaio em casa de vegetação com tomateiros (‘Santa Cruz Kada’) tratados com os filtrados de 25 fungos sapróbios e inoculados com a bactéria Xanthomonas euvesicatoria três dias depois. Foram selecionados os isolados de Memnoniella levispora, Periconia hispidula, Zygosporium echinosporum e Chloridium virescens var. virescens. Filtrados e voláteis fúngicos desses quatro isolados foram testados in vitro, para se determinar a sensibilidade da bactéria fitopatogênica, e in vivo em tomateiros (‘Santa Cruz Kada’) tratados e inoculados com X. euvesicatoria. A incorporação de metabólitos não voláteis dos fungos no meio de cultura a 5% e 50% (v/v) controlou o crescimento da bactéria em até 28,9% e 53,8%, respectivamente. Os compostos voláteis produzidos por C. virescens var. virescens inibiram até 25,9% das unidades formadoras de colônias. Com relação ao experimento in vivo, todos os tratamentos testados reduziram de 62,4 a 71,3% a área abaixo da curva de progresso da mancha bacteriana, mostrando nível de controle igual ao indutor de resistência comercial utilizado como controle positivo (acibenzolar-S-metílico). A sistemicidade deste controle foi confirmada em outro experimento, onde a aplicação dos tratamentos somente na terceira folha determinou menor severidade da doença na quarta folha (exceto para C. virescens var. virescens)...(AU)

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