VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 3095-3106

Fatores de risco associados à infecção pelo vírus da diarreia viral bovina (BVDV) no semiárido do estado da Paraíba, região nordeste do Brasil

Marques, Ana Luisa AlvesAssis, Adriana Cunha de OliveiraSimões, Sara Vilar DantasTolentino, Mikael Leandro Duarte de LimaSantos de Azevedo, Sérgio

O vírus da diarreia viral bovina (BVDV) tem emergido como um dos mais importantes agentes virais infecciosos em bovinos, sendo considerado endêmico em várias regiões. Objetivou-se com este estudo determinar a situação epidemiológica da infecção pelo BVDV em rebanhos bovinos do semiárido paraibano, nordeste do Brasil, pela determinação da frequência de anticorpos anti-BVDV e de fatores de risco associados à infecção. Foram utilizadas 359 vacas de 20 propriedades rurais, sendo três propriedades com histórico de suspeita clínica de diarreia viral bovina (BVD) ou doença das mucosas (DM) e 17 sorteadas aleatoriamente. A detecção de anticorpos anti-BVDV foi realizada com kit comercial ELISA indireto (IDEXX BVDV p80 Ab Test) e a análise de fatores de risco foi efetuada em duas etapas: análise univariada e análise multivariada. Sete amostras foram consideradas suspeitas e foram excluídas do cálculo da frequência de animais soropositivos. Dos 352 animais, 141 (40,1%; IC 95% = 34,9% 45,2%) foram soropositivos. Das 20 propriedades analisadas, em 19 (95%) havia animais soropositivos e a frequência de soropositividade por propriedade variou de 4,5% a 85,7%. Os fatores de risco identificados foram: área ? 120 ha (OR = 3,06; IC 95% = 1,43 6,53), alta densidade de animais (OR = 3,48; IC 95% = 1,24 9,79), idade ao desmame até 60 dias (OR = 10,99; IC 95% = 1,31 91,9), permuta de animais (OR = 4,95; IC 95% = 2,08 – 11,8), mortalidade de bezerros > 5% (OR = 2,33; IC 95% = 1,07 – 5,11) e utilização de monta natural mais inseminação artificial (OR = 3,06; IC 95% = 1,22 – 7,67). Sugere-se que para evitar a difusão da infecção pelo BVDV em rebanhos bovinos do sertão paraibano é importante a correção dos fatores de risco identificados, bem como é necessário conduzir estudos para a identificação de animais persistentemente infectados.(AU)

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