VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 3519-3530

Situação epidemiológica da brucelose bovina após a implementação do programa de vacinação no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil

Silva, Nairléia dos SantosGroff, Ana Cláudia MelloVidor, Ana Carla MartinsGrisi-Filho, José Henrique HildebrandHeinemann, Marcos BryanDias, Ricardo AugustoTelles, Evelise OliveiraGonçalves, Vitor Salvador PicãoAmaku, MarcosFerreira, FernandoFerreira Neto, José Soares

O estudo objetivou avaliar a eficácia do programa de vacinação contra brucelose bovina no estado do Rio Grande do Sul tendo como indicador a prevalência e individualizar os fatores de risco para a doença. O Estado foi dividido em sete regiões. Para cada região foram amostradas aleatoriamente um número preestabelecido de propriedades nas quais foi testado um número também preestabelecido de fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses, aleatoriamente selecionadas. O protocolo do sorodiagnóstico foi composto de triagem com o teste do antígeno acidificado tamponado, seguido de teste confirmatório dos positivos com o teste 2-Mercaptoetanol. Nas propriedades foi aplicado um questionário epidemiológico sobre possíveis fatores de riscos associados à brucelose bovina. No estado do Rio Grande do Sul, a prevalência de focos foi de 3.54% [2.49 4.88] e a de animais 0.98% [0.57 1.57]. Nas regiões, as prevalências de focos variaram de 0.66% a 9.03% e a de animais de 0.06% a 2.03%. Rebanhos com 15 ou mais vacas, tipologia corte e compartilhamento de pastagens emergiram como fatores de risco para brucelose bovina no estado. A situação epidemiológica da brucelose bovina no Rio Grande do Sul manteve-se estável desde 2004, a despeito de boas coberturas vacinais terem sido registradas a partir de 2009. Assim, o estado deve continuar seu programa de vacinação, dando ênfase para a qualidade do qualidade do processo e estimulando a utilização da vacina não indutora de anticorpos. Adicionalmente, o estado deve realizar um grande esforço de educação para que os produtores testem os animais de reprodução para brucelose antes de introduzi-los em suas propriedades e evitem o compartilhamento de pastagens entre rebanhos de condição sanitária desconhecida.(AU)

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