VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 3611-3624

Prevalência e fatores de risco da tuberculose bovina no Estado do Paraná, Brasil

Silva, Maria do Carmo PessôaGonçalves, Vítor Salvador PicãoMota, Ana Lourdes Arrais de AlencarKoloda, MarizaFerreira Neto, José SoaresGrisi-Filho, José Henrique HildebrandDias, Ricardo AugustoAmaku, MarcosTelles, Evelise OliveiraFerreira, FernandoHeinemann, Marcos BryanAlfieri, Amauri AlcindoMuller, Ernst Eckehardt

A tuberculose bovina é uma zoonose de ampla distribuição geográfica no mundo e seu controle tem impacto direto na saúde pública e na produção pecuária. Neste trabalho, estimou-se a prevalência aparente de rebanhos e de bovinos adultos infectados, assim como os fatores de risco associados à presença da tuberculose nos rebanhos do estado do Paraná. O estado foi dividido em sete regiões pecuárias para amostragem independente. No total foram amostradas 1.419 propriedades e testados 16.045 animais. A prova diagnóstica utilizada foi a tuberculinização intradérmica cervical comparada. A prevalência aparente em propriedades e em bovinos adultos no estado do Paraná foi estimada em 2,15% [IC 95%: 1,313,00] e 0,42% [IC 95%: 0,040,81], respectivamente. Em relação às prevalências estimadas por região do estado, foram observadas heterogeneidades, não foi possível afirmar com 95% de confiança que alguma região se destacou das demais em relação à presença da tuberculose bovina. A região Oeste não apresentou animais positivos na amostra e nas demais regiões as prevalências de rebanho e animais variaram entre 1,03% - 3,89% e 0,17% - 1,08%, respectivamente. O modelo de regressão logística múltipla identificou como fatores de risco associados à presença de tuberculose bovina, o aumento do tamanho de rebanho (OR = 2.4) e a existência de ordenha mecanizada na propriedade (OR = 5.18). Assim, os resultados demonstraram que a tuberculose bovina tem prevalência baixa na maioria das regiões do Estado do Paraná e sugerem que o risco da presença da infecção aumenta em rebanhos maiores e nas propriedades leiteiras com maior grau de tecnificação. Estes resultados permitem sugerir que o Paraná está em boas condições para introduzir sistemas de vigilância baseados em risco e para implementar programas de certificação de rebanhos livres, associados às indústrias de laticínios.(AU)

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