VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 3625-3638

Prevalência e Fatores de Risco da Tuberculose Bovina no Estado de Goiás, Brasil

Rocha, Willian VilelaJayme, Valéria de SáMota, Ana Lourdes Arrais de AlencarBrito, Wilia Marta Elsner Diederichsen dePires, Glauciane Ribeiro de CastroFerreira Neto, José SoaresGrisi-Filho, José Henrique HildebrandDias, Ricardo AugustoAmaku, MarcosTelles, Evelise OliveiraFerreira, FernandoHeinemann, Marcos BryanGonçalves, Vítor Salvador Picão

Em virtude da tuberculose bovina produzir prejuízos econômicos na pecuária e ter impacto na saúde pública, realizou-se, no Estado de Goiás, um estudo para caracterizar a situação epidemiológica da enfermidade em fêmeas bovinas adultas. O Estado foi estratificado em três circuitos produtores. Em cada circuito foram amostradas aleatoriamente 300 propriedades, onde foi sorteado um número pré-estabelecido de animais que foram submetidos à tuberculinização cervical comparada, totalizando 18.659 animais. Foi aplicado, em cada propriedade, questionário epidemiológico para verificar as práticas sanitárias e de manejo que poderiam estar associadas ao risco de infecção pela doença. No estrato 1, onde predominam propriedades de bovinocultura de corte, não foi detectado nenhum animal reagente ao teste. No estrato 2, que abrange as principais regiões leiteiras do Estado, a prevalência foi de 8,67% [5,7312,74%] para propriedades e de 0,9% [0,211,58%] para animais. No estrato 3, onde existe um equilíbrio entre a produção de leite e corte, estimou-se a prevalência em 1,00% [0,212,89] para propriedades e 0,30% [0,100,49%] para animais. A prevalência global no Estado de Goiás foi de 3,43% [2,204,67%] para propriedades e de 0,30% [0,100,49%] para animais. Os fatores de risco associados à condição de foco, na regressão logística múltipla foram: localização da propriedade no estrato 2 (OR = 12,05 [3,52-41,28]), realização de duas ou três ordenhas diárias (OR = 6,27 [2,72-14,44]). A assistência veterinária se apresentou como fator de proteção (OR = 0,38 [0,15-0,94]). Estes resultados permitem concluir que a tuberculose bovina é endêmica no Estado e sua distribuição espacial é heterogênea, com forte concentração nas regiões leiteiras. As propriedades leiteiras mais tecnificadas são as que apresentam risco mais elevado, à semelhança do que outros autores encontraram em diversos estados brasileiros.(AU)

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