VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 3479-3492

Efeito da vacinação no rebaixamento da prevalência da brucelose bovina no Estado de Mato Grosso, Brasil

Barddal, Janice Elena IorisQuixabeira-Santos, Jociane CristinaLopes, Isabela FerreiraFerreira Neto, José SoaresFerreira, FernandoAmaku, MarcosDias, Ricardo AugustoTelles, Evelise OliveiraGrisi-Filho, José Henrique HildebrandHeinemann, Marcos BryanGonçalves, Vitor Salvador PicãoAguiar, Daniel Moura

O estudo foi realizado para se verificar a eficácia do programa de vacinação contra brucelose bovina implementado pelo estado de Mato Grosso, utilizando-se a prevalência como indicador. O Estado foi dividido em quatro regiões: Pantanal, Leite, Engorda e Cria. Para cada região, um número preestabelecido de propriedades foi selecionado e em cada uma delas foram colhidas amostras de sangue de fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses, aleatoriamente escolhidas. Os soros dos animais foram submetidos a um protocolo de testes em série, com triagem pelo teste com Antígeno Acidificado Tamponado e confirmação pela Fixação do Complemento. Em cada propriedade foi aplicado um questionário para individualizar os fatores de riscos associados à doença. No estado, a prevalência de focos foi 24,0% [21,3; 26,8] e a de animais 5,1% [3,5; 7,2]. As prevalências de focos e de animais nas regiões foram 21,2% e 6,4% no Pantanal, 17,2% e 3,7% na região Leite, 34,0% e 7,2% na região de Engorda e 24,3% e 4,4% na região de Cria. A brucelose bovina no estado está associada à introdução de reprodutores, ao tamanho do rebanho, ao compartilhamento de pastagem e ao tipo de exploração corte e mista. Propõe-se assim que o estado de Mato Grosso intensifique seu programa profilático principalmente a estratégia de vacinação, buscando maior eficácia do controle da brucelose bovina. Houve redução na prevalência de focos desde 2002, entretanto, ainda são altas as prevalências de focos e de animais em todo o estado. Adicionalmente a utilização da vacina não indutora de anticorpos, especialmente no Pantanal deve ser estimulada, onde o manejo dos animais é dificultado pelo ciclo de cheia e vazante. Além disso, o estado deve realizar maiores esforços no sentido de conscientizar os produtores para que avaliem os animais de reprodução para brucelose antes de introduzi-los nas propriedades e evitem o compartilhamento de pastagens entre rebanhos de condição sanitária desconhecida.(AU)

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