VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 3505-3518

Controle da brucelose bovina no estado de São Paulo, Brasil: resultados após dez anos do programa de vacinação

Dias, Ricardo AugustoBelchior, Ana Paula CunhaFerreira, Rodrigo de SouzaGonçalves, Rita CoelhoAguiar, Ricardo Souza Costa Barão deSousa, Paola da RochaSantos, Arianne Mastrangeli AmiciAmaku, MarcosFerreira, FernandoTelles, Evelise OliveiraGrisi-Filho, José Henrique HildebrandHeinemann, Marcos BryanGonçalves, Vitor Salvador PicãoFerreira Neto, José Soares

Um estudo transversal foi realizado entre maio e novembro de 2011 para estimar a situação da brucelose bovina no estado de São Paulo, 10 anos após o início do programa de vacinação de fêmeas bovinas com a vacina B19. O Estado foi dividido em sete regiões e em cada uma delas, 300 propriedades com atividade reprodutiva foram aleatoriamente selecionadas e consideradas unidades primárias de amostragem. Um numero fixo de vacas foi selecionado aleatoriamente e testado para anticorpos anti-Brucella spp. Uma propriedade foi considerada infectada se ao menos uma vaca resultou positiva. Nas propriedades selecionadas, um questionário epidemiológico foi aplicado, focando a caracterização do rebanho e as práticas de manejo e sanitárias que pudessem estar associadas com o risco de infecção. A prevalência (percentual, [intervalo de confiança de 95%]) dos rebanhos infectados foi 10,2% [8,8-11,8] para o Estado e, para as regiões, variou de 7,3% [4,7-11,2] a 12,3% [8,8-16,8], não apresentando diferença significativa entre as diferentes regiões. A prevalência aparente de propriedades positivas no Estado e regiões permaneceu similar à prevalência observada há 10 anos. A prevalência de fêmeas positivas foi 2,4% [1,8-3,1] no Estado e variou de 1,1% [0,6-2] a 3,5% [1,7-7,1] nas regiões, não apresentando diferenças significativas. Novamente, não houve diferença significativa na prevalência de animais positivos após 10 anos de programa de vacinação. Os fatores de risco (odds ratio; intervalo de confiança de 95%) associados à brucelose bovina no Estado incluíram o número de vacas ≥ 24 (3,08; 2,22-4,27) e a aquisição de reprodutores (1,33; 0,95-1,87). O estado de São Paulo deve promover uma cobertura vacinal sistemática superior a 80% do rebanho elegível de bezerras com a vacina B19, anualmente.(AU)

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