VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 1913-1922

Ocorrência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii e Ehrlichia canis em cães com alterações nervosas atendidos em hospital veterinário universitário

Girardi, Angela FerronattoLima, Samara RosolemMelo, Andréia Lima ToméBoa Sorte, Eveline da CruzAlmeida, Arleana do Bom Parto Ferreira deMendonça, Adriane JorgeAguiar, Daniel MouraSousa, Valéria Régia Franco

 A toxoplasmose é uma zoonose causada por Toxoplasma gondii. Em cães é na maioria das vezes assintomática em decorrência da efetividade do sistema imunológico. Entretanto, em alguns casos pode desencadear inúmeros sinais clínicos, incluindo comprometimento neuromuscular, sendo os sinais mais descritos ataxia, andar em círculos, alterações de comportamento, convulsões, espasmos e tremores. A toxoplasmose geralmente manifesta-se após imunodepressão e por isso, frequentemente pode estar associada a infecções imunossupressoras como as causadas pelo vírus da cinomose e Ehrlichia canis. E. canis é uma rickettsia intracelular obrigatória de células hematopoiéticas maduras ou imaturas e de monócitos caninos, agente etiológico da Erliquiose Monocítica Canina (EMC). Assim como a toxoplasmose, a EMC também pode ocasionar sinais nervosos. Este estudo tem o objetivo de estimar a prevalência de anticorpos contra T. gondii e E. canis e caracterizar as respectivas síndromes clínicas em cães com sinais nervosos atendidos em um hospital veterinário. Entre maio de 2010 a dezembro de 2011, cães com sinais nervosos atendidos no HOVET-UFMT foram submetidos a exame neurológico para determinação das síndromes nervosas. Amostras de soro e sangue total foram coletadas para realização de reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para T. gondii e E. canis e para avaliação hematológica. Observaram-se prevalências de 10,3 e 94,8% para T. gondii e E. canis respectivamente, e a síndrome mais frequente foi a multifocal ocorrendo em 53,5% dos casos, seguido de alterações medulares em 22,4%, alteração cerebral em 10,3%, síndrome paroxística em 10,3% dos casos e síndrome neuropática com 3,5% dos casos. Não houve associação estatística entre as variáveis analisadas (titulação para T. gondii, E. canis e síndromes nervosas). (AU)

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