VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 227-248

Otimizando o desempenho e o bem-estar de equinos usados em atividades esportivas

Schmidek, Anita

Cavalos são atletas natos. Ao longo de sua evolução, foram treinados de forma realmente árdua, pois os indivíduos menos habilidosos em correr e saltar por cima de obstáculos naturais – que haviam em suas rotas de fuga de predadores – certamente deixaram menor número de descendentes, se é que deixaram alguns. Ainda que a domesticação dos equinos tenha ocorrido há muito tempo, até hoje esses animais continuam a apresentar as principais características dos equídeos ancestrais: são sociais, por natureza assustados e com medo de predadores, que se sentem inseguros quando sozinhos e que passam grande parte do dia andando e pastejando. Na natureza, dificilmente se identificam ambientes, ou dias, na vida dos seres vivos em que não tenha havido algum tipo ou grau de estresse. Muitos dos aprendizados dos equinos, quer ocorram na natureza, ou no convívio com humanos, envolvem algum grau de estresse, que indica ser um fenômeno biológico cujo ótimo são valores intermediários. Em aprendizados que envolvam algum grau de estresse, o aprendizado do equino parece não se dar no momento em que ocorre o estresse (ou pressão), mas sim no momento do alívio deste. Assim, quanto mais imediato for o alivio da pressão, mais eficiente será o aprendizado. Parece haver consenso de que equinos relaxados e motivados apresentam resultados mais favoráveis em termos de aprendizado e que os equinos mais medrosos sejam mais influenciáveis pelo sistema de treinamento. Pode-se resumir em pressão mínima, alívio imediato, longo e frequente da pressão, repetição dos exercícios, consistência na forma de se aplicar os exercícios e terminar a seção de treinamento de forma positiva, com acertos, mesmo sendo um exercício (AU)

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