Criopreservação de sêmen de garanhões: entendimento da fisiologia e metabolismo espermático como estratégias para melhores resultados
Lançoni, Renata
O espermatozoide é uma célula altamente especializada e única, que possui um metabolismo complexo e energético essencial para sua motilidade e sobrevivência, especialmente no processo de fecundação. A criopreservação é uma ferramenta valiosa para conservar o sêmen equino por períodos indefinidos, permitindo a inseminação artificial. No entanto, os resultados dessa técnica apresentam variabilidade, com taxas de concepção frequentemente mais baixas quando comparadas à monta natural ou sêmen fresco. Os espermatozoides de garanhões utilizam principalmente a fosforilação oxidativa mitocondrial (FOSOX) para gerar ATP, o que tem implicações significativas para a fertilidade e conservação do sêmen. A produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) como subprodutos dessa via metabólica pode ser benéfica em curto prazo, mas em excesso, pode levar à apoptose e deterioração das células espermáticas. A presença de glicose nas soluções de diluição, em concentrações suprafisiológicas, tem sido questionada, dado que pode promover a produção excessiva de ROS, comprometendo a viabilidade dos espermatozoides. O conceito de "flexibilidade metabólica" sugere que a capacidade de alternar entre diferentes fontes de energia pode melhorar a viabilidade dos espermatozoides em condições adversas. Este artigo revisa o metabolismo espermático e propõe novas estratégias baseadas em intervenções metabólicas para otimizar os resultados da conservação do sêmen equino. Essas abordagens podem incluir ajustes na composição dos diluidores e o uso de antioxidantes e substâncias que modulem o metabolismo celular, visando melhorar a fertilidade dos espermatozoides criopreservados e reduzir a variabilidade nos resultados de inseminação artificial.(AU)
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