Tecnologias de Reprodução Assistida (TRAs) aplicadas aos búfalos (Bubalus bubalis) no Brasil: Quatro décadas de ganhos genéticos e insights históricos
Vale, W. GRibeiro, H. F. LBarbosa, L. A. LFilho, S. T. RNeves, K. A. LSilva, A. O. ALima, W. J. FFreitas, V. J. FSilva, A. F. BMelo, L. MKumar, SBaruselli, P. S
O congelação do sêmen, a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), a produção in vitro de embriões (PIVE) e tecnologias relacionadas em búfalos (Bubalus bubalis) avançaram significativamente nos últimos anos, resultado de uma maior compreensão do potencial dessas ferramentas pelos usuários finais. A combinação da PIVE com sêmen sexado (SS) de reprodutores selecionados, oriundos de rebanhos de elite de alta produção, tem sido bem-sucedida e amplamente utilizada no Brasil e em outros países da América do Sul. As principais vantagens dessas tecnologias incluem a obtenção de um maior número de bezerros com alto valor genético em menor intervalo de tempo. Atualmente, é possível utilizar como doadoras fêmeas cíclicas não gestantes, fêmeas com até três meses de gestação e novilhas pré-púberes para a recuperação de oócitos destinados à produção de descendentes geneticamente superiores. Além disso, a PIVE requer um número reduzido de espermatozoides por fertilização, com maiores chances de obtenção da prole com o sexo desejado. No entanto, aspectos ainda não totalmente solucionados da PIVE limitam sua aplicação em maior escala, como a fertilidade potencialmente reduzida pelo uso de SS, a qualidade inferior dos oócitos após a maturação in vitro e a menor criotolerância dos embriões produzidos, o que resulta em taxas de prenhez inferiores às observadas com embriões obtidos in vivo. Apesar dessas limitações, pesquisas têm apresentado resultados promissores, e esforços contínuos buscam superar tais desafios. A combinação de IATF, PIVE e SS tem demonstrado sucesso em contextos comerciais em diversos países, auxiliando profissionais e produtores a melhorar o desempenho reprodutivo, a eficiência dos sistemas de produção e o ganho genético dos rebanhos bubalinos, e em especial no combate a consanguinidade (inbreeding), limitado pela dificuldade da introdução de germoplasma para promoção da heterose entre as diferentes raças criadas no Brasil e América Latina.(AU)
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