VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 83-90

Avaliação morfológica e morfométrica de ovários, tubas uterinas e útero de fêmeas suínas pré-púberes em diferentes fases do ciclo estral

Oberlender, GuilhermePontelo, Thais PMiranda, José RMiranda, David RZangeronimo, Márcio GSilva, Adriana CMenezes, Tila ARocha, Luiz G. P

Pesquisas são realizadas no desenvolvimento de técnicas/procedimentos que propiciem maior eficiência reprodutiva em animais de produção, dentre esses, os suínos. Nesse sentido, o estudo dos órgãos reprodutivos das fêmeas suínas em diferentes fases do ciclo estral é importante para avaliação da presença de anomalias e/ou demais parâmetros que possam afetar a fertilidade futura do animal. Objetivando-se avaliar as características morfológicas, morfométricas e histomorfométricas dos ovários, útero e tubas uterinas (TUs) de fêmeas suínas pré-púberes em diferentes fases do ciclo estral, tratos reprodutivos foram obtidos de 48 animais imediatamente após o abate. Posteriormente, as estruturas foram dissecadas e retiradas, sendo os ovários utilizados para a classificação da fase do ciclo estral de cada fêmea em fase folicular (FF) e fase luteínica (FL). Em seguida, foram realizadas avaliações morfométricas dos ovários, TUs, cornos uterinos e corpo uterino. Após, segmentos mediais das TUs e útero foram fixados em solução de Bouin, processados e incluídos rotineiramente em parafina, quando cortes histológicos de 5,0 micrômetros (µm) foram obtidos e corados com Hematoxilina e Eosina. Análises histomorfométricas foram realizadas utilizando sistema de captura de imagens e software específico. Posteriormente, os dados obtidos foram submetidos ao teste t de Student para a avaliação de diferenças estatísticas (P<0,05) entre as diferentes fases do ciclo estral (FF × FL) e entre a localização das estruturas reprodutivas (antímero direito × esquerdo). Dentre as fêmeas avaliadas, 35 encontravam-se na FF e 13 na FL. Não houve diferença (P>0,05) entre os parâmetros morfométricos dos ovários, TUs e útero das fêmeas nas FF e FL. Da mesma forma, em relação à localização das estruturas reprodutivas, tanto nas duas fases do ciclo estral, como na média geral, não houve diferença (P>0,05). Em relação às variáveis histomorfométricas, as fêmeas classificadas na FF apresentaram maior (P<0,05) altura do epitélio glandular e da TU em comparação com os animais na FL. Por outro lado, o diâmetro das glândulas endometriais foi maior (P<0,05) nas fêmeas classificadas na FL em comparação com a FF. Além disso, as fêmeas na FL apresentaram maior (P<0,05) proporção do endométrio ocupada por glândulas, enquanto que as fêmeas da FF apresentaram maior (P<0,05) proporção de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. Em conclusão, em fêmeas suínas pré-púberes, os parâmetros histomorfométricos, o diâmetro das glândulas endometriais, a altura do epitélio glandular e da TU e a proporção do endométrio ocupada por tecido conjuntivo, além das glândulas e vasos sanguíneos variam ao longo do ciclo estral, possivelmente devido à influência dos esteróides ovarianos.(AU)

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