VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 505-510

Estudo caso-controle pareado avaliando a frequência dos principais agentes causadores de diarréia neonatal em suínos no Rio Grande do Sul

Lippke, Ricardo TBorowski, Sandra MMarques, Sandra M. TPaesi, Suelen OAlmeida, Laura LMoreno, Andrea MCorbellini, Luís GBarcellos, David E. S. N. de

Um estudo de caso-controle em leitegadas de um a sete dias de idade foi realizado com o objetivo de identificar os principais agentes infecciosos envolvidos na diarreia neonatal de leitões. As amostras de fezes (n=276) foram coletadas em granjas de suínos no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, no período de maio a setembro de 2007. Leitegadas com diarreia foram consideradas casos (n=147) e leitegadas normais, controles (n=129). As amostras foram examinadas através do teste de aglutinação em látex, PAGE, cultivo, ELISA, PCR e métodos microscópicos para a excreção dos principais agentes de diarreia: virais (rotavirus), bacterianos (Escherichia coli, Clostridium perfringens tipos A e tipo C e Clostridium difficile) e parasitários (coccídeos e Cryptosporidium spp.). Durante o período do estudo não foram observados surtos e a diarréia, quando presente, apresentou-se leve. Pelo menos um agente foi identificado nas amostras fecais de 25 entre 28 granjas (89,3 por cento) analisadas e em 16 granjas (57,1 por cento) mais de um agente foi detectado. Os principais agentes encontrados nas granjas foram coccídeos (42,86 por cento) e rotavírus (39,29 por cento). Os principais agentes detectados nas leitegadas com diarreia foram Clostridium difficile (10,6 por cento), Clostridium perfringens tipo A (8,8 por cento) e rotavírus (7,5 por cento). Por outro lado, nas leitegadas controle os agentes mais prevalentes foram Clostridium difficile (16,6 por cento) e coccídeos (8,5 por cento). E. coli Beta hemolítica e Clostridium perfringens tipo C não foram detectados. O presente estudo de caso-controle demonstrou que nenhum agente infeccioso esteve associado significativamente com diarreia (p>0.05). Esses achados reforçam a necessidade de que haja cuidado na interpretação de resultados de exames laboratoriais em materiais coletados de leitões com diarreia neonatal leve, pois a detecção isolada de um agente infeccioso não indica necessariamente que o mesmo seja a causa do problema.(AU)

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