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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

OSTEOLOGY OF THE FEEDING APPARATUS OF MAGNIFICENT FRIGATEBIRD FREGATA MAGNIFICENS AND BROWN BOOBY SULA LEUCOGASTER (AVES: SULIFORMES)

JOSÉ CARLOS, CAIOGUIMARÃES ALVARENGA, JÉSSICASCAIN MAZZOCHI, MARIANA

RESUMO Neste trabalho, descrevemos o crânio do tesourão, Fregata magnificens (Fregatidae), e do atobá-pardo, Sula leucogaster (Sulidae), com ênfase nas estruturas associadas com os movimentos de abdução e adução da Maxilla e Mandibula. Tesourões e atobás são aves marinhas tropicais; que, de forma geral, consomem peixes-voadores e lulas. Os tesourões capturam suas presas em pleno voo, logo acima ou abaixo da superfície da água. Dessa forma, em F. magnificens, o Apex maxillae em formato de anzol pode ser considerado como uma adaptação para recolher presas próximas da superfície. Os atobás mergulham verticalmente, ou nadam sob a superfície para capturar suas presas. Em S. leucogaster, o crânio achatado dorso-ventralmente e o bico em formato cônico muito provavelmente contribuem para a redução da resistência da água quando a ave mergulha e/ou persegue suas presas. Em ambas as espécies, o Rostrum é longo se comparado ao comprimento do sincrânio (em média, 70% do comprimento total do sincrânio em F. magnificens e 60% e S. leucogaster); portanto, os Musculi mandibulae estão posicionados mais posteriormente em relação ao Apex rostri. Isso resulta em uma baixa vantagem mecânica do mecanismo de alavanca que promove a abertura e fechamento do bico; assim, provavelmente a velocidade do movimento é favorecida. Nas duas espécies, a Fossa musculorum temporalium e o Palatum osseum compreendem uma área ampla para a origem do Musculus adductor mandibulae externus (todas as partes) e do M. pterygoideus. O Processus orbitalis quadrati é mais longo e robusto em F. magnificens do que em S. leucogaster; e, sendo assim, o Musculus pseudotemporalis profundus provavelmente é mais desenvolvido naquela espécie. Sugerimos que os Mm. adductores mandibulae são bem desenvolvidos nas duas espécies; e, com isso, a Maxilla e a Mandibula também são capazes de uma adução forte. Em tesourões e atobás, há um mecanismos que contribue para a proteção da Mandibula e da Maxilla contra desarticulação e danos: a presença da Crista intercotylare na Margo medialis cotylae medialis fossae articularis quadratica, que fixa o Condylus medialis ossis quadrati. Em S. leucogaster, o entalhe na Margo caudalis processus maxillaries ossium nasalium, onde o Caput ossis lacrimalis se encaixa protege a Maxilla e a Mandibula contra a ação de forças externas quando a ave mergulha ou persegue suas presas. Hipóteses mais detalhadas sobre movimentos, força e rapidez das mandíbulas em F. magnificens e S. leucogaster e a relação dessas características com os hábitos alimentares desses animais devem, necessariamente, incluir dados sobre a musculatura mandibular e da região anterior do pescoço.

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