VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Estratégias e modos reprodutivos de anuros (Amphibia) em uma poça permanente na Serra de Paranapiacaba, Sudeste do Brasil

P. Pombal Jr., JoséF.B. Haddad, Célio

Este estudo descreve o padrão temporal, as estratégias reprodutivas, os modos reprodutivos e a fecundidade de uma taxocenose de anuros em uma poça permanente na Serra de Paranapiacaba, município de Ribeirão Branco, sul do estado de São Paulo (aproximadamente 24º13'S; 48º46'W; ca. 800m do nível do mar). O Trabalho de campo foi conduzido entre janeiro e dezembro de 1993, totalizando 40 noites de observações. Sete visitas preliminares foram feitas antes deste período e sete após. Observações naturalísticas normalmente se iniciavam antes do pôr do sol e eram concluídas aproximadamente entre 24:0001:00h. Em três ocasiões as observações foram ao longo da noite. A estratégia reprodutiva mais comum entre os machos de diferentes espécies foi a do macho cantor, mas comportamento satélite foi observado em algumas espécies. O padrão temporal foi prolongado para as espécies desta taxocenose; entretanto, algumas espécies podiam vocalizar ocasionalmente. Seis diferentes modos reprodutivos foram observados na poça ou suas margens. O comprimento rostro-cloacal (CRC) das fêmeas de diferentes espécies foi positivamente correlacionado com o volume da desova, independente do modo reprodutivo. O CRC das fêmeas foi positivamente correlacionado com o número de ovos por desova, embora a correlação seja mais forte para espécies com um modo reprodutivo generalizado. Entretanto, para espécies com modo reprodutivo especializado o número de ovos por desova não foi correlacionado com o CRC das fêmeas. Uma correlação positiva e significativa entre o CRC das fêmeas e o diâmetro dos ovos, também foi detectada para espécies com modo reprodutivo generalizado. Por outro lado, para as espécies com modo reprodutivo especializado o CRC das fêmeas e o diâmetro dos ovos foram negativamente correlacionados. Modos reprodutivos terrestres são possivelmente restritos a espécies pequenas. Ovos grandes podem apresentar problemas com a troca de gases devido ao seu longo desenvolvimento e baixa relação superfície/volume.

Texto completo