VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 351-360

Reproductive period, fecundity and histology of gonads of two cheirodontines (Ostariophysi: Characidae) with different reproductive strategies - insemination and external fertilization

Oliveira, Cristina L. CFialho, Clarice BMalabarba, Luiz R

São descritos o período reprodutivo e a fecundidade do queirodontíneo inseminador Compsura heterura e do queirodontíneo de fecundação externa Odontostilbe pequira, coletados nas regiões tropical e subtropical do Brasil, respectivamente. O período reprodutivo de C. heterura estendeu-se de janeiro a abril de 2002, enquanto que O. pequira apresentou duas etapas reprodutivas, a primeira de setembro a outubro de 2001 (primavera), e a segunda de janeiro a fevereiro de 2002 (verão). Classes de comprimento padrão menores predominaram no segundo período reprodutivo, sugerindo que indivíduos nascidos no primeiro período tornaram-se sexualmente maduros rapidamente, participando do segundo período reprodutivo. Em C. heterura, de região tropical, a temperatura apresentou correlações significativas com as variações de índice gonadossomático (IGS) em machos e fêmeas, e a pluviosidade somente para fêmeas. Em O. pequira, de região subtropical, o fotoperíodo foi único fator que apresentou correlação significativa com as variações de IGS em ambos os sexos. A fecundidade relativa média de C. heterura foi de 0,55 ovócitos por miligrama de peso total, semelhante a de outros queirodontíneos com fecundação externa, refutando a hipótese, pelo menos em Cheirodontinae, de que a inseminação permite a diminuição do gasto energético na produção de ovócitos devido a maior probabilidade de fertilização. A fecundidade relativa média de O. pequira foi de 0,8 ovócitos por miligrama de peso, a mais alta conhecida em Cheirodontinae. Foram encontrados espermatozóides em ovários em maturação, maduros e semi-esgotados em C. heterura. O maior peso relativo dos testículos e a presença de espermatozóides em ovários em maturação e fora do período reprodutivo em C. heterura suportam a hipótese que machos de espécies inseminadoras tem maior investimento no desenvolvimento gonadal do que em espécies de fertilização externa.(AU)

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