VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 90-97

Manifestações oculares da hipertensão arterial sistêmica em cães e gatos: revisão de literatura

Guberman, Úrsula ChavesChampion, TatianaConti, Laura Monteiro de CastroFernandes, Stéfano LievoriAlves, AndreaBarros, Séfora Vieira da Silva Gouvea de

A retina apresenta um mecanismo de autorregulação do fluxo vascular, porém elevações acentuadas e agudas da pressão arterial (PA) geram lesões aos olhos. A reação primária das arteríolas retinianas nestes casos é a realização de vasoconstricção e, cronicamente, remodelamento vascular. Em consequência deste mecanismo, há quebra da barreira hematorretiniana e extravasamento de fluido, células e fibrina, gerando sinais oculares. As alterações oftálmicas mais comuns são: hemorragia, edema e descolamento deretina. Com menor frequência, pode-se observar alteração no reflexo tapetal, aumento da tortuosidade de vasos retinianos, hifema e glaucoma. Caso ocorra aderência retiniana, posteriormente pode ocorrer degeneração da retina. O diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica (HAS) deve ser realizado precocemente por meio de múltiplas aferições da PA, associado à investigação do processo patológico subjacente. O tratamento da HAS e das lesões oculares é alcançado pelo controle da PA, utilizando fármacos anti-hipertensivos associados à terapia da doença de base. Este artigo aborda a fisiopatologia e as manifestações oculares da HAS em cães e gatos, descrevendo as principais alternativas terapêuticas para a HAS.AU