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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Zooplankton associated with phytotelms and treefrogs in a neotropical forest

Morais Júnior, Cláudio S. deDiniz, Leidiane PNascimento Filho, Silvano L. doBrito, Maiara T. da SilvaSilva, Adilson de OMoura, Geraldo J. B. deMelo Júnior, Mauro de

Hipóteses sobre a distribuição das comunidades de zooplâncton em vários ecossistemas são muitas vezes limitadas pela falta de dados sobre os seus mecanismos de dispersão. Muitas pesquisas sobre a dispersão passiva mediada por anuros têm sido desenvolvidas em bromélias, porém com foco em ostrácodes e anelídeos. Nós investigamos o potencial para a forésia externa do zooplâncton (rotíferos, cladóceros, copépodes) por anuros arbóreos em fitotelmos de bromélias. Nossa hipótese é que (1) a composição do zooplâncton presente na pele dos anuros e nos fitotelmos das bromélias é semelhante, e que (2) anuros com maior tamanho corporal carregam mais propágulos de invertebrados. Filtramos a água presente nos fitotelmos (10 a 150 mL) usando uma rede de plâncton (45 µm) e fixamos os invertebrados em formol a 4%. Os anuros foram coletados ativamente em torno das bromélias (até ~1,5 m de raio) e depois lavados com água destilada. Quatorze espécies de rotíferos e três de crustáceos foram registradas na água dos fitotelmos e no corpo dos anuros. Capturamos 17 anuros variando de 2 a 5 cm de SLV e pertencentes a cinco espécies: Pristimantis ramagii (Boulenger, 1888), Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925), Scinax auratus (Wied-Neuwied,1821), S. pachycrus (Miranda-Ribeiro, 1937) e S. x-signatus (Spix, 1824). Entre eles, 12 (70,59%) tinham propágulos aderidos ao corpo, dos quais a maioria (dez indivíduos) apresentou formas ativas de zooplâncton, enquanto apenas dois apresentaram ovos dormentes. Dez rotíferos e duas espécies de microcrustáceos foram registrados aderidas aos anuros. A composição zooplanctônica diferiu entre os fitotelmos e a pele de anuros e, o tamanho do corpo do dispersor não explicou o número de propágulos transportados, refutando ambas as hipóteses. No entanto, ressaltamos que evidências de dispersão foram encontradas devido ao alto número de propágulos aderidos aos anuros. Nosso estudo fornece evidências de que os anuros podem ser potenciais dispersores de formas ativas e inativas de zooplâncton em bromélias, através de forésia externa.(AU)

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