VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 3596-3599

Alerta para a presença de vírus da raiva em morcegos frugívoros em área urbana do Estado do Rio de Janeiro: risco de raiva em humanos e em animais domésticos

Kimura, Leda Maria SilvaRomijn, Phyllis CatharinaRibeiro, Alcir das Graças PaesRouge, Maria SantosBruno, Lia Márcia de Paula

A presença de colônias de morcegos não hematófagos no perímetro urbano deve-se, principalmente, a desequilíbrios ambientais nos ecossistemas. O presente artigo tem por objetivo alertar sobre as possíveis consequências derivadas na detecção do vírus da Raiva em morcegos não hematófagos no perímetro urbano do município de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. No período de janeiro a dezembro de 2018, quirópteros representaram 21 % das amostras enviadas para diagnóstico da Raiva ao Laboratório de Virologia do Centro Estadual de Pesquisa em Sanidade Animal Geraldo Manhães Carneiro (CEPGM) da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado o Rio de Janeiro (PESAGRO-RIO), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura ,Pecuária, Pesca e Abastecimento. Apresentaram diagnóstico positivo para a doença em questão, 23% das amostras de morcegos submetidas às provas de imunofluorescência direta (IFD) e prova biológica (inoculação em camundongos), para pesquisa do vírus rábico. Os quirópteros positivos para a referida zoonose eram do gênero Artibeus. No Estado do Rio de Janeiro, há mais duas décadas não são detectados casos de Raiva em caninos e felinos, podendo caracterizar controle da variante 2, como reflexo das campanhas de vacinação antirrábica com cobertura vacinal de quase 100%. No entanto, a detecção da circulação da variante 3 em áreas urbanas apresenta o risco e a possibilidade de que cães e gatos sejam infectados por esta variante através de morcegos, exigindo a continuidade da vacinação contra a Raiva, em cães e gatos, ficando ainda o alerta para a identificação e medidas profiláticas pós-mordedura de morcegos em humanos.

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