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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Durabilidade natural de cinco espécies amazônicas em dois diferentes ambientes de apodrecimento

Souza, Júlio Henrique Germano deSantos, Rafael Quirino dosCastelo, Patrícia Aparecida RigattoCorassa, Janaína De Nadai

RESUMO: Compreender a durabilidade natural de espécies de madeira amazônica em diferentes ambientes de deterioração é essencial para promover seu uso sustentável e prolongar a vida útil em diversas aplicações. O presente estudo teve como objetivo avaliar a durabilidade natural de cinco espécies de madeira amazônica em campo aberto e floresta em Sinop, Mato Grosso, Brasil. As espécies avaliadas foram Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp (Angelim Saia), Rauvolfia paraensis Ducke (Peroba d'Água), Goupia glabra Aubl. (Cupiúba), Aspidosperma populifolium A. DC. (Peroba-Mica) e Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez (Itaúba). Foram utilizadas 200 amostras, com 40 de cada espécie, dessas, 10 amostras de cada espécie foram destinadas à determinação da densidade aparente a 12% de umidade e logo em seguida submetidas ao teste mecânico para obtenção dos módulos de elasticidade e ruptura através da compressão paralela às fibras, para esses resultados servirem de comparativos ao final do intemperismo. Outras 30 amostras de cada espécie foram expostas por 415 dias em ambos os ambientes mencionados e avaliadas pelo teste de quebra após a exposição. Cupins foram coletados para identificação. Após exposição, a sanidade e a resistência à compressão paralela às fibras foram avaliadas. Parkia pendula (0,56 ± 0,02 g/cm³) e Rauvolfia paraensis (0,70 ± 0,05 g/cm³) tiveram as menores densidades, enquanto Aspidosperma populifolium (0,72 ± 0,02 g/cm³), Goupia glabra (0,79 0,03 ± g/cm³) e Mezilaurus itauba (0,80 ± 0,06 g/cm³) tiveram as maiores. Parkia pendula e Rauvolfia paraensis foram as menos duráveis em todos os testes, apresentando um índice de sanidade de 60, 10%. Em contrapartida, Mezilaurus itauba e Aspidosperma populifolium demonstraram a maior durabilidade, alcançando 100%. O ambiente afetou apenas duas espécies: Goupia glabra foi mais afetada em campo aberto, e Rauvolfia paraensis na mata. Apenas cupins do gênero Nasutitermes foram encontrados, preferindo Parkia pendula e Rauvolfia paraensis. A durabilidade natural da Aspidosperma populifolium é estatisticamente equivalente à da Mezilaurus itauba. A Aspidosperma populifolium e a Mezilaurus itauba mostraram a maior resistência biológica a cupins xilófagos em ambos os ambientes analisados, tornando-as mais adequadas para áreas propensas a esses insetos, enquanto Parkia pendula e Rauvolfia paraensis apresentaram maior suscetibilidade ao ataque de cupins Nasutitermes, independentemente do ambiente.

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