Surto de intoxicação por monensina em equídeos: sinais clínicos, achados histopatológicos e diagnóstico cromatográfico
Correia, Nelcimara Mirley de SouzaFernandes, Wagner LuísLana, Mary Ane GonçalvesMoraes, Isadora David Tavares deNunes, Julia PaivaFerreira, Jéssyca AtaídeVicente, Monica Chacon deBarros, Alexandre Có MangoniGuimarães, Ana Rita RodriguesSouza, Murilo Rodrigues deMiranda, Ana Luísa Soares deMiguel, Marina PachecoQueiroz, Paulo José BastosMartins, Danieli BroloFranco, Leandro GuimarãesBrandstetter, Luciana Ramos GastonBotelho, Ana Flávia Machado
RESUMO: Ionóforos são antibióticos poliéteres utilizados na produção animal para ruminantes e aves para promover o crescimento e exercer ação coccidiostática. Apesar dos benefícios de seu uso, intoxicações também foram relatadas em diversas espécies. Os equídeos são muito sensíveis e a maioria dos casos envolve ingestão inadequada de alimentos destinados a ruminantes. Este trabalho descreve um surto de intoxicação por ionóforo em sete cavalos e um burro que ingeriram concentrado de gado, confirmado por método de diagnóstico inovador. Um cavalo de seis anos de idade apresentou sinais clínicos de sialorreia, sudorese, ataxia, prostração, anorexia, tremores musculares, decúbito lateral, decúbito lateral, iniciados no dia anterior. Foram realizados exames laboratoriais e eletrocardiograma, que evidenciaram aumento da atividade de AST e CK, além de taquicardia ventricular. Devido à gravidade do quadro, o paciente foi eutanasiado no dia da internação, sendo realizada necropsia, na qual foram examinados tecidos musculares esqueléticos e cardíacos. A histologia revelou necrose multifocal em cardiomiócitos, necrose, edema e hemorragia no músculo esquelético. Foi realizada visita à propriedade para avaliação de outros animais e coleta de amostras para exames laboratoriais. Todos os cinco animais restantes foram submetidos a exame físico, dois dos quais apresentaram sinais clínicos graves. Três animais apresentaram anemia normocítica normocrômica, quatro apresentaram aumento da creatinina, dois apresentaram aumento de atividade de AST e todos apresentaram aumento de atividade de CK. Entre os demais animais intoxicados, dois morreram na propriedade. A amostra de fígado do primeiro cavalo eutanasiado foi examinada por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massa, identificando 51,59 µg/kg de monensina. Conclui-se que, apesar da recuperação dos animais, a ação tóxica do ionóforo pode causar lesões que afetam a saúde e o bem-estar do animal. A viabilidade da análise cromatográfica é essencial para um diagnóstico definitivo e deve ser posteriormente desenvolvida juntamente com valores de referência para resíduos teciduais e limite máximo tolerável.
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