Avaliação de tela cirúrgica de poliamida sobre o flanco de equinos

Brito, Pedro Henrique SallesFerreira, Marília AlvesVargas, Thiago Henrique MoroniFreitas, Silvio Henrique deDória, Renata Gebara Sampaio

RESUMO: A utilização de telas cirúrgicas em equinos apresenta riscos como reação tecidual exacerbada, infecção no sítio cirúrgico e rejeição aos materiais considerados estranhos ao organismo. Neste estudo, avaliou-se a resposta inflamatória de equinos a uma tela, confeccionada manualmente, a partir de fio de poliamida, implantada na região subcutânea, sobre o músculo oblíquo externo abdominal, na região do flanco de seis equinos saudáveis. Realizou-se hemograma completo e dosagem de fibrinogênio plasmático antes do início do experimento e após, 7, 15, 30 e 60 dias. Exames ultrassonográficos foram realizados diariamente nos três primeiros dias pós-operatórios e nos dias 7, 15 e 60 dias subsequentes. Avaliou-se, diariamente, durante 60 dias, aumento de volume, temperatura e sensibilidade dolorosa local, presença e tipo de secreção e cicatrização das suturas de pele. Após seis meses do procedimento cirúrgico, foi realizada colheita de tecido da região do implante para avaliação histopatológica. Não foram observadas alterações hematológicas e de fibrinogênio nos tempos avaliados, tampouco sinais de infecção da ferida cirúrgica, sendo que os animais não apresentaram dor, aumento de volume ou de temperatura e nem secreção no local onde a tela de poliamida foi implantada. As feridas de pele cicatrizaram por primeira intenção. Não foram observadas alterações ultrassonográficas ou histológicas que indicassem reação tecidual. Conclui-se que a tela de poliamida aplicada sobre a parede abdominal lateral de equinos não induz reação de rejeição ao implante, sendo considerada biocompatível para a espécie equina. Novos estudos devem ser conduzidos a fim de avaliar a utilização das telas de poliamida no reparo de hérnias em equinos.