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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Práticas de biosseguridade associadas com infecção do vírus da diarreia viral bovina em rebanhos leiteiros no Brasil

Ferreira, Janaína SantosBaccili, Camila CostaNemoto, Beatriz SantosVieira, Fabiano KoerichSviercoski, Leonardo MoreiraIenk, TanaanePagno, Jefferson TramontiniGomes, Viviani

Esta pesquisa teve como objetivo associar as práticas de biosseguridade com a circulação do vírus BVDV em sistemas de produção leiteiros. Inicialmente, 270-290 sistemas foram selecionados para detecção do vírus entre janeiro de 2020 e janeiro de 2023 por meio da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (RT-qPCR em tempo real). Após essa etapa, 68 rebanhos foram selecionados para identificação de animais persistentemente infectados (PI) por meio da análise individual do fragmento auricular usando o método ELISA-antígeno. Todos os animais nascidos na última geração, fêmeas que deram à luz bezerros machos ou natimortos, foram testados incluindo a pesquisa na geração de mães e avós maternas em casos positivos. Um questionário de análise de risco biológico para o BVDV foi aplicado a esse grupo de fazendas. Para identificar associações entre rebanhos com ou sem circulação do BVDV e práticas de biosseguridade, foi usada a análise de correspondência múltipla (MCA). A análise mostrou associação entre a falta de conhecimento sobre a doença e a percepção de que o rebanho está protegido contra o BVDV em fazendas com circulação do vírus. Os rebanhos positivos para Diarreia Viral Bovina reportaram o uso vacinas apenas para doenças reprodutivas, enquanto os rebanhos negativos reportaram o uso vacinas para problemas respiratórios e reprodutivos, sugerindo possíveis diferenças nos protocolos de vacinação e na eficácia das vacinas no Brasil. Práticas de biosseguridade como visitas frequentes, contato entre animais de diferentes idades e a introdução anual de novos animais, foram associadas à circulação viral, enquanto os rebanhos livres de vírus adotaram medidas como políticas de visitação e controle, ausência de contato entre os bovinos de diferentes idades e quarentena. Além disso, os sistemas de produção positivos adquiriram fêmeas prenhes sem testar o animal previamente. Assim, este estudo destaca aspectos essenciais para o controle do vírus da Diarreia Viral Bovina em rebanhos leiteiros, identificando que gestores de rebanhos negativos possuem maior percepção de risco associada à implementação de práticas de biosseguridade, em contraste comos rebanhos positivos para o BVDV.

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