VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 380-385

Análise da matriz energética e econômica das culturas de arroz, soja e trigo em sistemas de produção tecnificados no Rio Grande do Sul

Ferreira, Fernanda de FigueiredoNeumann, Pedro SelvinoHoffmann, Ronaldo

A presente análise tem a finalidade de comparar o desempenho entre unidades e atividades produtivas, interligando os parâmetros energéticos aos econômicos. O objetivo deste trabalho foi analisar a relação entre a energia produzida e consumida durante o processo de produção das principais culturas de cereais do Estado do Rio Grande do Sul, a saber, trigo, arroz e soja, em contraposição aos resultados econômicos das respectivas atividades. A pesquisa foi do tipo exploratória, a partir de estudos de multicaso, com uso de pesquisa bibliográfica, análises de laboratório e entrevistas. Para determinar os resultados de análises energéticas, foram realizados os balanços energéticos e as eficiências culturais e energéticas das culturas. Para determinar os resultados econômicos das atividades estudadas, foi utilizada a Teoria do Valor Agregado. Os resultados demonstram que a atividade da soja, em sistema de plantio direto com rotação de culturas, alcançou a maior eficiência energética, entre 25,58MJ ha-1 a 38,39MJ ha-1, sendo que a relação de menor eficiência foi a cultura do trigo, com 3,13MJ ha-1. Em relação ao desempenho econômico das culturas, a soja igualmente mostrou a melhor eficiência econômica igual a 2,47 e a do trigo foi de 1,14 a menor. Cabe destacar os significativos resultados econômicos obtidos pela cultura do arroz, expressos pelo alto valor agregado, obtido por unidade de área (VAL/ha de R$ 3.802,00) em função de sua alta produtividade física. Apesar dos indicadores energéticos serem positivos, houve significativos gastos com fertilizantes, combustíveis e agrotóxicos em todas as propriedades estudadas. Dessa forma, reforça-se a importância do debate sobre a sustentabilidade socioambiental dos sistemas estudados, principalmente quando analisados sob a ótica dos gastos energéticos de bens não-renováveis e da problemática social atribuída à mão-de-obra.(AU)

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