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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Anatomopatologia de amostras de bovinos alimentados com glicerol

Pacheco Leão, JeanTony Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia) Ramos, AdrianoMayumi Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia) Maruo, VivianePalomaris Mariano de Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia) Souza, DomenicaNeuman Miranda Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia) Neiva, JoséEscola de Medicina Veterinária e Zootecnia) Restle, JoãoEstevan Moron, Sandro

O aumento na produção de biodiesel vem acompanhado do incremento na geração de subprodutos, dentre os quais a glicerina bruta e o glicerol, que vem sendo objeto de inúmeros trabalhos em que se destaca seu uso como fonte energética para alimentação de animais de produção. Entretanto, sua utilização tem sido observada com atenção devido à presença de contaminantes como o metanol, utilizado no processo de separação dos ácidos graxos do glicerol. O metanol é um álcool e tem sido responsável por intoxicações, principalmente em seres humanos e primatas, caracterizadas por acidose metabólica e problemas oculares, apresentando menor toxidade a outras espécies animais. Os efeitos tóxicos da intoxicação por metanol são atribuídos principalmente ao ácido fórmico, um metabólito do processo de degradação do metanol no fígado. Objetivou-se com esse estudo verificar a possível ação tóxica da glicerina bruta e do metanol por análises histopatológicas do sistema nervoso central (SNC), fígado, rúmen, intestino delgado e rim de 24 bovinos confinados por 84 dias, consumindo rações contendo até 24% de glicerina bruta na matéria seca (MS),a qual apresentava 80,35% de glicerol, e 0,01% de metanol. À análise histopatológica, não foram observadas alterações patológicas em amostras provenientes de vacas e novilhos de raças de aptidão leiteira com até 24% de inclusão de glicerol com base na MS, da dieta. O ganho de peso total e a conversão alimentar não foram afetados pela inclusão da glicerol. Conclui-se que a glicerina bruta pode ser incluída até 24% da MS total nas dietas de novilhos e vacas de aptidão leiteira sem comprometer o desempenho dos animais e apresentar toxicidade.

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