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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Afecções ortopédicas dos membros pélvicos em cães: estudo retrospectivo

Moraes Dionysio de Souza, MarianaCanevese Rahal, SheilaRoberto Padovani, CarlosJaqueline Mamprim, MariaHenrique Cavini, José

O objetivo deste estudo foi caracterizar as afecções ortopédicas dos membros pélvicos em cães atendidos no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP Botucatu (São Paulo - Brasil), durante um período de 7 anos. De um total de 889 animais avaliados, 31,9% apresentaram fraturas dos ossos longos, 15,1% displasia coxofemoral, 13% luxação de patela, 11,7% ruptura do ligamento cruzado cranial, 11,5% fraturas da pélvis e 7,9% luxação coxofemoral. As doenças com menor prevalência (4,4%, n=39) foram as luxações tíbio-társica e tarso-metatarsiana, a necrose asséptica da cabeça do fêmur, a osteomielite e os tumores ósseos, entre outras. As fraturas de tíbia/fíbula (14,5%) foram mais comuns que as do fêmur (14,2%,), sendo os machos (54,2%) mais afetados que as fêmeas (45,8%). Na displasia coxofemoral, 67,9% dos cães tinham idade entre 2 e 12 anos e a raça de maior prevalência foi o Pastor Alemão (21,6%), seguida pelo Rottweiler (17,2%) e Labrador (11,2%), sendo que os cães sem raça definida compreendiam 15,7% do total. Dos casos de luxação patelar, 89,6% foram classificadas como medial, com 36,2% pertencentes à raça Poodle, 16,4% sem raça definida e 12,9% da raça Pinscher. A ruptura do ligamento cruzado foi mais observada naqueles das raças Pit Bull (14,4%), Boxer (11,5%), Poodle (10,6%) e Rottweiler (10,6%), com 29,8% do total sem raça definida. Quanto à idade, 62,5% deles tinham menos que 7 anos. A causa principal da fratura da pélvis foram os acidentes automobilísticos (89,2%), sendo 52,0% dos cães com idade menor que 3 anos e 45,1% machos. Em 86,3% dos casos, a pélvis estava polifraturada. Das luxações coxofemorais, 57,1% foram associadas a atropelamentos, com idade de apresentação variando de 2 a 18 anos, e maior prevalência nos cães sem raça definida (44,3%), seguido pelos da raça Poodle (32,9%). Baseado nos dados obtidos, foi possível concluir que, na população estudada, em ordem decrescente, as doenças ortopédicas mais prevalentes foram: fraturas por acidentes automobilísticos, displasia coxofemoral, luxação de patela medial, ruptura do ligamento cruzado cranial, polifratura da pélvis e luxação coxofemoral traumática.

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