Estudo da mcrobiota fúngica gastrintestinal de morcegos (Mammalia, Chiroptera) da região noroeste do estado de São Paulo: potencial zoonótico
Tencate, Luciano NeryTáparo, Cilene VidovixCarvalho, Cristiano deBosco, Sandra Moraes GimenesQueiroz, Luzia HelenaSilva, Deuvânia Carvalho daPerri, Silvia Helena VenturoliMarinho, Márcia
Os morcegos são hospedeiros de uma rica diversidade de microrganismos. Muitos trabalhos apontam uma estreitaligação entre quirópteros e fungos com potencial patogênico, principalmente por habitarem ambientes como cavernas, grutas e ocos de árvores, favoráveis à manutenção e propagação dos fungos. O objetivo do trabalho foi estudar a microbiota fúngica gastrintestinal de morcegos. Das 98 amostras pertencentes a 11 espécies de morcegos procedentes de 15 cidades estudadas, 20% são da espécie Carollia perspicillata, 19% Artibeus lituratus, 17% Molossus rufus, 13% Glossophaga soricina, 9% Nyctinomops macrotis, 8% Molossus molossus, 7% Desmodus rotundus, 2% Lasiurus ega, e 1%Eptesicus furinalis, Myotis nigricans e Tadarida brasiliensis. O gênero Aspergillus sp. foi isolado de 29% das amostras, seguidos por 6% Microsporum sp. e Penicillium sp., 4% Tricophyton sp. e zigomicetos e 2% Fusarium sp. Das espécies deleveduras, 14% foram de Rhodotorula sp., 10% Candida sp. e 2% Cryptococcus sp., 22% dos isolados permaneceram sem identificação. Todos os 82 cultivos de vísceras foram negativos para Histoplasma capsulatum. Houve associação estatísticasignificativa entre os resultados do cultivo microbiológico e as espécies de morcegos (p < 0,05). Concluímos que osmorcegos podem atuar como agentes veiculadores de fungos com potencial patogênico, entretanto outros trabalhosdevem ser realizados a fim de estabelecer estratégias que permitam identificar os principais fatores correlacionados com o crescimento e a disseminação dos microrganismos na natureza e qual a implicação dos quirópteros no cicloepidemiológico.
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