VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 404-413

Alterações eletromiográficas e histopatológicas da musculatura de cães naturalmente infectados por Leishmania infantum

Ferraro, Gisela CristianeMachado, Gisele FabrinoLaurenti, Márcia DalastraBueno de Camargo, Mauro HenriqueGomes, Ana Amélia DominguesCosta, Denis CarvalhoVieira, Camila MarianaSimões, Celina BertelliLima, Valéria Marçal Félix deMarcondes, Mary

O objetivo do presente estudo foi avaliar as alterações eletromiográficas e histopatológicas de músculos estriados esqueléticos de cães naturalmente infectados por Leishmania infantum. Foram selecionados 25 cães adultos, sem raça definida, com diagnósticos parasitológico, molecular e sorológico estabelecidos para a infecção. Os músculos avaliados foram: tríceps braquial, extensor carpo radial, bíceps femoral e gastrocnêmio. Um cão possuía problemas locomotores, com paresia de membros posteriores associada à intensa atrofia muscular. Vinte e três (92%) apresentavam algum tipo de alteração muscular, sendo que em 22 (88%) tais alterações foram identificadas diretamente pela eletromiografia. Mesmo sem sinais clínicos, em dez cães (40%) foram evidenciadas alterações eletromiográficas e histopatológicas. Antígenos de Leishmania foram identificados na musculatura de quatro (16%) cães. Os resultados eletromiográficos indicaram a ocorrência de polimiosite crônica em 13 (52%) cães, presença de músculos com inflamação tanto aguda quanto crônica em quatro (16%), miopatia aguda em dois (8%), e ausência de alterações eletromiográficas em três (12%). As alterações histopatológicas mais frequentemente observadas foram degeneração e necrose de miofibras e presença de infiltrado inflamatório verificadas em 12 (48%) cães. Outras alterações, quando comparado com as amostras de cães normais, foram do tamanho de grupos de fibras musculares em 15 (60%) e fibrose peri ou endomisial em 14 (56%) animais. As alterações observadas no presente estudo permitiram concluir que mesmo na ausência de sinais clínicos de comprometimento muscular, a maior parte dos cães infectados por L. infantum apresenta polimiosite crônica.(AU)

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