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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Changes in the microbiological and physicochemical characteristics of Serrano cheese during manufacture and ripening

Souza, Claucia Fernanda Volken deDalla  Rosa, TizianoAyub, Marco Antônio Zachia

As variações da microbiota de seis bateladas do queijo Serrano (3 maturadas no verão e 3 maturadas no inverno) foram estudadas durante a produção e maturação, com o objetivo de caracterizá-lo microbiologicamente. Este queijo é tradicionalmente elaborado com leite cru, sem a adição de cultura lática, por produtores rurais do sul do Brasil. Vários grupos microbianos foram enumerados no leite, na coalhada e em diferentes estágios ao longo dos 60 dias de maturação. Também foram investigados alguns parâmetros físico-químicos, tais como pH, acidez titulável, atividade de água, umidade e teor de NaCl. Determinaram-se os coeficientes de correlação entre os valores desses parâmetros e as contagens dos microrganismos ao longo da maturação. A influência da estação do ano também foi estudada. Os resultados demonstraram que a microbiota e as características físico-químicas do queijo Serrano apresentaram variações significativas durante o período de maturação de 60 dias, principalmente no verão. A maioria dos grupos microbianos atingiram suas contagens máximas no queijo aos 7 dias, diminuindo progressivamente até o final da maturação. O aumento nas contagens durante a primeira semana de maturação foi acompanhado por um declínio acentuado no valor do pH, devido à produção de ácido pelos microrganismos. As bactérias láticas constituíram-se no principal grupo microbiano do queijo Serrano e suas contagens foram similares as de microrganismos viáveis totais em todos os pontos amostrados. O grande número de lactobacilos durante a elaboração e maturação do queijo sugere que estes microrganismos possam ter um papel importante na produção deste queijo. Em conclusão, o trabalho aponta a importância de um tempo de maturação superior a trinta dias como fator de estabilização microbiológica deste produto artesanal, bem como o fato de ser um produto bastante homogêneo quanto às suas características físico-químicas e microbiológicas, independente da estação do ano, exceto para as contagens de halotolerantes e de bolores e do teor de umidade, que apresentaram diferenças significativas entre o verão e o inverno.

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