Potencial terapêutico da Cannabis sativa contra lesões causadas por carrapatos (Rhipicephalus linnaei): avaliação bioquímica e histopatológica em coelhos
Silva, OSapatini, DRodrigues, M. LEvangelista, B. FVicente, B. SMarques, A. SLeitão, M. L. JLancia, B. CCamargo-Mathias, M. I
Rhipicephalus linnaei, conhecido como carrapato-vermelho-do-cão, têm cães como hospedeiros preferenciais, aos quais também transmitem diversos patógenos. O controle desses ectoparasitas é geralmente feito por meio do uso de produtos químicos sintéticos, que podem levar ao desenvolvimento de resistência. Compostos bioativos extraídos de plantas estão sendo estudados como uma estratégia alternativa para o controle de carrapatos, incluindo a Cannabis sativa, que fornece um extrato de suas flores conhecido por suas diversas propriedades terapêuticas, aplicáveis tanto a humanos quanto a animais. Portanto, o trabalho que originou este projeto investigou os efeitos do extrato de flores de C. sativa em diluições de óleo de 0,2, 0,4 e 0,8 mg/mL, aplicados a lesões cutâneas de coelhos hospedeiros de carrapatos R. linnaei, para avaliar sua cicatrização. Além disso, esse procedimento exigiu a avaliação, realizada no presente trabalho, do tecido hepático desses animais, já que o extrato, enquanto funciona como um carrapaticida e promove a cicatrização das lesões cutâneas, também deveria ser inofensivo para os hospedeiros, para ser considerado viável no controle de ectoparasitas. Para isso, foram aplicadas técnicas histológicas e histoquímicas nos fígados dos coelhos (para identificar alterações morfológicas), divididos em: Grupo Controle (GC), exposto a 1 mL de óleo, sem alterações hepáticas; Grupo Tratado 1 (GT1), exposto a 0,2 mg/mL, apresentando vacuolização citoplasmática nos hepatócitos; Grupo Tratado 2 (GT2), exposto a 0,4 mg/mL, mostrando intensas alterações morfológicas, incluindo desorganização dos cordões de hepatócitos, hipertrofia dos hepatócitos, núcleos alterados e sinais de morte celular; Grupo Tratado 3 (GT3), exposto a 0,8 mg/mL, também mostrando desorganização tecidual e vacuolização celular, mas em menor grau do que o GT2. Além da avaliação morfológica, foi avaliada a atividade bioquímica das enzimas hepáticas AST e ALT. Observou-se um aumento da ALT no GT2, enquanto nenhum outro grupo mostrou alterações nesses parâmetros. De maneira geral, este estudo concluiu que, embora o extrato de flores de C. sativa em diversas diluições tenha potencial como carrapaticida e para a cicatrização de lesões cutâneas (informação pessoal), ele causa danos ao tecido hepático nos coelhos em diferentes graus, sendo que a diluição de 0,4 mg/mL apresentou o maior potencial hepatotóxico.
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