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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Isolamento fúngico em ambiente hospitalar veterinário e avaliação da desinfecção ambiental

Ferreira, J. P. A.Pereira, C. F. S.Maciel, M. M.Andrade, R. V. T.Silva, G. M. S.Pereira, H. M.Colares, D. R.Paiva, M. J. M.Santos, T. T.Alexandrino, B.

Resumo A presença de fungos em ambientes hospitalares veterinários é uma preocupação constante, devido à capacidade desses organismos causarem infecções em animais que frequentam e nos seres humanos que laboram no local. O objetivo desse estudo foi investigar a presença e a diversidade de fungos em ambiente veterinário hospitalar, especialmente em objetos oriundos da sala de medicação pré-anestésica (MPA) e do centro cirúrgico (CC) de uma clínica veterinária universitária. As amostras foram coletadas de objetos pertencentes a esses ambientes e empregadas para o isolamento e purificação de fungos, antes e logo após o procedimento de higiene e desinfecção do ambiente. Foram isoladas 115 colônias sendo 88 (76,5%) na MPA e 27 (23,5%) no CC. Destas, 74 (64,3%) foram isoladas antes da limpeza (53-71,6% na MPA e 21-28,4% no CC) e 41 (35,7%) após a limpeza (35-85,4% na MPA e 6-14,6% no CC). Foram identificados 11 gêneros sendo os mais prevalentes Trichophyton spp. (53,9%), Microsporum spp. (18,3%) e Cladosporium spp. (11,3%). A diversidade, a uniformidade e a riqueza de espécies fúngicas foi maior na MPA após a limpeza (1-D = 0,69; H' = 1,433; DMg = 1,406) e no CC antes da limpeza (1-D = 0,7892; H' = 1,76; DMg = 1,642). O teste de Wilcoxon não demonstrou diferença estatística significativa antes e após a limpeza, demonstrando assim que a limpeza não está sendo eficiente nos ambientes. A limpeza mostrou-se ineficiente em ambos os ambientes. É essencial estabelecer padrões para a diluição de antissépticos, realizar controles de qualidade internos por meio de ensaios microbiológicos frequentes e conduzir capacitações periódicas, garantindo assim maior segurança aos pacientes.

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