Influência do tamanho da semente na tolerância à seca em plântulas de Eugenia uniflora L
Barella, N. A. MBarbeiro, CGuerreiro, R. G. OSantos, A. FSilva, T. MSouza, L. APastorini, L. H
Os eventos de seca tem se tornado mais intensos e frequentes em ecossistemas tropicais, o que pode limitar o crescimento e desenvolvimento das plantas, assim como a germinação e o recrutamento de espécies arbóreas. A variação do tamanho da semente pode conferir vantagem no estabelecimento das plantas no ambiente e maior tolerância ao estresse ambiental. Eugenia uniflora L. é uma espécie encontrada em diferentes biomas brasileiros, como Mata Atlântica e Pampa, e possui alta capacidade de sobrevivência em áreas perturbadas e em diversas condições ambientais. Com o objetivo de analisar o efeito do tamanho das sementes na capacidade de emergência e na resposta à seca das mudas de E. uniflora, sementes foram separadas em duas classes de acordo com o tamanho e posteriormente analisadas a emergência, as variáveis de crescimento, o teor de carboidratos solúveis e alterações anatômicas das plantas sob seca. A análise dos resultados mostrou que o tamanho da semente e o fator seca afetaram a maioria dos parâmetros de crescimento analisados, no qual a seca provocou redução do número de folhas, da massa fresca foliar, do caule e da raiz e do diâmetro do coleto. A seca também induziu maior diâmetro do cilindro central nas raízes de plantas originadas de sementes grandes e menor espessura do parênquima cortical nas raízes de plantas originadas de sementes pequenas. O teor de carboidratos solúveis foi reduzido nas raízes de plantas sob seca quando comparado ao controle, verificando-se também bloqueio no transporte da seiva nas plantas sob seca. Os resultados obtidos demonstram que o estresse hídrico causado pela seca reduziu o crescimento e características anatômicas da raiz, no entanto, as plantas oriundas de sementes grandes apresentaram maior massa foliar, massa fresca do caule e seca da raiz e massa seca total e maior razão massa seca da parte aérea/massa seca da raiz. Assim, o tamanho da semente influenciou o desempenho das mudas de E. uniflora, tanto sob seca quanto na condição controle.
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