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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Hidromorfia do solo e saturação por alumínio estruturam a composição da comunidade arbórea em um ecótono ripário, Paraná, Brasil

Munhoz, H. M.Francisco, B. S.Remor, M. B.Cordeiro, J.Sampaio, S. C.Temponi, L. G.

Resumo Ecótonos ripários apresentam gradientes edáficos e hidrológicos acentuados que reestruturam comunidades arbóreas. Avaliamos como a hidromorfia do solo e atributos associados influenciam a composição florística em um ecótono de 7,6 ha na borda leste do Parque Nacional do Iguaçu (Paraná, Brasil). Foram amostrados indivíduos arbóreos (CAP ≥ 15 cm) em 20 parcelas de 10 × 10 m, igualmente distribuídas em solos hidromórficos e não hidromórficos, com medições do nível do lençol freático e análises de solo superficial (0-20 cm). As análises multivariadas (PCA, CCA, PERMANOVA) evidenciaram separação clara entre ambientes (PERMANOVA: F = 6,03; p = 0,0002). Dois componentes principais explicaram 71,9% da variância: parcelas hidromórficas apresentaram maior saturação por alumínio, matéria orgânica, carbono orgânico total e lençol freático mais raso, enquanto as não hidromórficas tiveram maior soma de bases, saturação por bases e pH. A CCA destacou a profundidade do lençol freático e a saturação por alumínio como principais filtros da composição florística, com espécies indicadoras segregando-se por ambiente (Vitex megapotamica, Mimosa bimucronata em solos hidromórficos e Ilex paraguariensis, Matayba elaeagnoides em não hidromórficos). Concluimos que a hidromorfia do solo, aliada à saturação por alumínio, constitui filtro proximal que estrutura as comunidades arbóreas neste ecótono subtropical, oferecendo subsídios para conservação e restauração em função do regime hídrico e da química do solo.

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