Controle de Amaranthus spp usando o potencial alelopático de extratos de Brassicas
Barbosa, M. R.Monquero, P. A.
Resumo Em resposta à crescente resistência de diversos biótipos de Amaranthus aos herbicidas, este estudo avaliou o potencial alelopático de extratos aquosos de canola (Brassica napus), mostarda (Brassica juncea) e nabo-forrageiro (Raphanus sativus) sobre o caruru-roxo (Amaranthus hybridus), caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus) e caruru-comum (Amaranthus viridis). Foram realizados bioensaios de germinação e crescimento inicial em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições e cinco concentrações dos extratos (0%, 12%, 25%, 50% e 100%). Também foi conduzida uma triagem fitoquímica preliminar, baseada em reações qualitativas de cada extrato bruto. As concentrações de 50% e 100% inibiram completamente tanto a germinação quanto o desenvolvimento das plântulas em todas as espécies de Amaranthus, sendo A. deflexus a mais sensível. Em contraste, a concentração de 12% estimulou o crescimento em todas as espécies testadas. Todos os extratos afetaram negativamente o índice de velocidade de germinação, com redução de 100% na maior concentração. Embora o comprimento do hipocótilo não tenha diferido significativamente entre os tratamentos, o desenvolvimento do sistema radicular foi severamente comprometido, resultando em baixo crescimento da parte aérea. Plântulas expostas a doses crescentes dos extratos apresentaram sintomas claros de fitotoxicidade, culminando em necrose que impossibilitou a mensuração da massa fresca. A análise fitoquímica revelou a presença de sete classes de compostos com atividade alelopática: cumarinas, esteroides, flavonoides, fenóis, glicosídeos, taninos e terpenos. Esses achados indicam que os extratos de brássicas possuem forte atividade alelopática e podem representar uma alternativa viável para o manejo de espécies do gênero Amaranthus.
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