VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Avaliação do efeito da melatonina exógena sobre a placenta e citocinas inflamatórias em ratas submetidas ao consumo crônico de álcool

Silva, M. VNascimento, B. JAlves, E. RSantos, A. M. GSantos, Y. BLapa-Neto, C. J. CMelo, I. M. FTeixeira, A. A. CTeixeira, V. W

O consumo mundial de álcool por mulheres gestantes é de aproximadamente 9,8%. Esse consumo pode dificultar a interação da placenta com o feto, e aumentar os níveis de estresse oxidativo alterando e desregulando a expressão de citocinas, levando a complicações, como desenvolvimento intrauterino lento, como baixo peso ao nascer, bebês prematuros e até mesmo nascidos mortos. Sabe-se que a melatonina é um antioxidante natural que atua principalmente no fígado e também em diversos órgãos como o ovário, placenta e o próprio feto. A melatonina pode atravessar livremente a placenta e exercer efeitos na mãe e no feto. O presente trabalho teve como objetivo analisar os efeitos da administração exógena de melatonina durante a gestação sobre a placenta de ratas submetidas ao consumo crônico de álcool. Foram utilizadas 30 ratas albinas divididas em 3 grupos: Controle ­ 10 ratas prenhes que não receberão álcool; Álcool ­ 10 ratas prenhes submetidas ao consumo crônico de álcool; Álcool + Melatonina - 10 ratas gestantes submetidas ao consumo de álcool associado à melatonina. O álcool foi administrado na dose de 3g/kg por gavagem, enquanto a melatonina foi administrada à noite na dose de 0,8mg/kg por via intraperitoneal. As placentas foram pesadas e analisadas histopatologicamente, morfometricamente e imuno-histoquimicamente. Os resultados mostraram redução significativa do peso placentário no grupo álcool, desorganização na zona labiríntica e redução dos vasos maternos e fetais no grupo álcool. Ocorreu forte coloração para os fatores TNF α e VEGF no grupo álcool. E quanto ao PCNA, o grupo controle e o grupo álcool + melatonina apresentaram os maiores percentuais de células positivas. E em relação à apoptose, houve forte marcação na zona juncional das placentas das fêmeas do grupo álcool. Portanto, conclui-se que a melatonina tem potencial de ação protetora sobre o dano oxidativo do etanol nas células placentárias e também pode regular a geração de citocinas inflamatórias.

Texto completo