VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Avaliação da digestibilidade in vitro de Axonopus scoparius em condições equatorianas: resultados de base

Orozco, M. P. PAlemán, L. S. ARamos, M. M. FLozada, E. F

Axonopus scoparius, uma gramínea forrageira nativa da Amazônia equatoriana, possui potencial significativo como fonte alimentar sustentável para sistemas de produção de ruminantes, porém suas características nutricionais permanecem pouco estudadas. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) de A. scoparius coletada em seis zonas ecológicas com altitudes variando de 280 a 945 metros acima do nível do mar. O estudo avaliou a digestibilidade em três períodos de incubação (24, 48 e 72 horas), utilizando a técnica de dois estágios de Tilley e Terry para simular a fermentação ruminal e a digestão pós-ruminal. Amostras foram coletadas sistematicamente para representar diversas condições altitudinais e ecológicas, permitindo compreender como os fatores ambientais influenciam a qualidade da forragem. As análises estatísticas incluíram análise de variância (ANOVA), testes de comparação múltipla de Tukey e modelagem de regressão para examinar os efeitos do tempo de incubação e da altitude nos resultados de digestibilidade. Os resultados demonstraram um aumento significativo (P < 0,01) na DIVMS com incubação mais longa, com valores médios aumentando de 22,46% em 24 horas, para 30,74% em 48 horas, atingindo 37,81% após 72 horas de fermentação. A altitude foi um fator significativo que afetou a digestibilidade (P = 0,004); notavelmente, amostras de zonas de média altitude (600-750 m.a.s.l.) apresentaram os maiores níveis de digestibilidade, até 42,4%, enquanto zonas de menor altitude exibiram valores tão baixos quanto 26,8%. A análise de regressão revelou uma correlação positiva entre o tempo de incubação e a digestibilidade em 72 horas (r = 0,5289, R2 = 0,2797, p = 0,0079), destacando a importância de períodos prolongados de fermentação para capturar todo o potencial nutricional desta espécie de gramínea. Embora A. scoparius apresente digestibilidade moderada em comparação com forrageiras tropicais melhoradas, sua adaptabilidade natural a solos pobres, resiliência ao sobrepastoreio e requisitos mínimos de insumos a posicionam como uma opção valiosa de forragem para sistemas pecuários extensivos em regiões tropicais. Esses resultados preliminares defendem a integração de A. scoparius em estratégias de diversificação de forragem e sugerem pesquisas adicionais com foco em práticas agronômicas, suplementação e melhoramento genético para aumentar seu valor nutritivo.

Texto completo