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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Respostas ecofisiológicas de bromélias na restinga em cenários simulados de mudanças climáticas

Souza, I. LCuzzuol, G. R. FMeneses, L. F. T

Investigamos as respostas ecofisiológicas das bromélias Aechmea nudicaulis e Vriesea procera, buscando avaliar sua aptidão para sobreviverem em um cenário de mudanças climáticas (cenário otimista RCP 2.6 do IPCC, 2021) em ambiente de Restinga. Para realizar tal investigação, utilizamos câmeras de topo aberto (OTC, do inglês "Open Top Chambers"). Durante um período de nove meses (Junho de 2022 à Fevereiro 2023), as bromélias A. nudicaulis e V. procera foram submetidas aos seguintes tratamentos: tratamento T: plantas transplantadas para as condições ambientais da areia nua da restinga e submetidas às condições microclimáticas das OTC's; controle C: plantas transplantadas para as condições ambientais da areia nua da restinga. Foram avaliados as variáveis ecofisiológicas altura, diâmetro da roseta, teor relativo de água, área foliar específica e o peso total das plantas. Além disso, foram contabilizadas as plantas mortas. As OTC's apresentaram um aumento médio da temperatura e do DPV (Défict de pressão de vapor) respectivamente de 1,6°C e 0,5 Kpa e uma redução média do URA (umidade relativa do ar) de 5,3%. Os resultados deste estudo indicaram que o aumento da temperatura local ocorrido entre o sexto e sétimo mês avaliado (novembro e dezembro) criaram condições limitantes que excederam a capacidade de tolerância das bromélias estudadas. Ademais, as condições climáticas das OTC's intensificaram os danos ocorridos nas plantas, verificados aqui pelas reduções dos valores dos atributos ecofisiológicos avaliados nas bromélias estudadas. Além disso, a elevada taxa de mortalidade (acima dos 50%) reforça a ideia que as condições climáticas das OTC's induziram as bromélias estudadas a um processo de senescência. Portanto, esses resultados são importantes, pois indicam que mesmo o cenário mais otimista de mudanças climáticas (RCP 2.6 do IPCC 2021) pode prejudicar o crescimento e o desenvolvimento dessas bromélias, essenciais para a estrutura e o funcionamento das comunidades de Restinga.

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