Resistência aos antibióticos e formação de biofilme em isolados de Klebsiella spp. de Unidades de Terapia Intensiva na Amazônia Brasileira
Rodrigues, R. SCarvalho, A. GSilva, M. E. PRamos, I. V. GLima, N. C. SEsquerdo, R. PBelém, M. G. LTaborda, R. L. MCarvalho-Assef, A. P. DMatos, N. B
Klebsiella spp. é um patógeno oportunista que representa uma ameaça significativa para a saúde pública, especialmente devido à resistência antimicrobiana e formação de biofilme. Este estudo objetivou determinar o perfil de resistência aos antibióticos, formação de biofilme e a produção de ß-lactamases em isolados de Klebsiella spp. provenientes de amostras clínicas obtidas de pacientes hospitalizados, profissionais de saúde e ambiente hospitalar de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) na Amazônia brasileira. Os isolados foram obtidos a partir de amostras clínicas em diferentes hospitais e identificados utilizando técnicas moleculares. A suscetibilidade antimicrobiana foi investigada através de disco-difusão e microdiluição. A formação de biofilme foi avaliada através de um ensaio em placa de microtitulação, enquanto a produção de ß-lactamases de espectro estendido (ESBL) e carbapenemases foram analisadas através do teste de aproximação de disco e teste do disco combinado, respectivamente. Um total de 226 isolados de Klebsiella spp. foram identificados, sendo 141 provenientes de pacientes hospitalizados em UTIs, 54 de profissionais de saúde e 31 de estruturas hospitalares. Os locais de coleta que apresentaram maior frequência de bactérias isoladas foram a axila (43,3%), cavidade oral (42,6%), cavidade nasal (70,4%), leitos (54,8%) e aparelhos de ventilação mecânica (19,4%). Isolados de Klebsiella spp. de pacientes hospitalizados e ambiente hospitalar de UTIs mostraram uma alta frequência de resistência (>50%) aos antibióticos cefuroxima, cefotaxima, ceftriaxona, ciprofloxacina e aztreonam, e maior sensibilidade (>70%) aos carbapenêmicos, amicacina e polimixina B. Amostras obtidas de estruturas hospitalares (74,2%) e pacientes (51,8%) apresentaram alta taxa de isolados multirresistentes (MDR). Além disso, observou-se que 29% dos isolados de Klebsiella produziam ESBL e 15,5% carbapenemases. A formação de biofilme foi observada em 58,4% (132/226) dos isolados, com percentuais de 64,5% (91/141) em pacientes hospitalizados, 51,6% (16/31) em estruturas hospitalares e 46,3% (25/54) entre profissionais de saúde. Estes resultados indicam um elevado percentual de resistência aos antibióticos e MDR em isolados de estruturas hospitalares e pacientes, que também possuem a capacidade de produzir biofilmes, ESBL e carbapenemases. Nossos resultados reforçam a necessidade de monitoramento da resistência e adoção de medidas que visem prevenir a disseminação de bactérias MDR nas UTIs.
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