Avaliação do potencial tóxico de nanopartículas de naringenina usando modelos ex vivo e in silico
Costa, G. BRossi, B. FOliveira, B. P. MSanto, D. ELeimann, F. VRomero, A. LPeron, A. PGonçalves, O. H
A naringenina é um flavonoide conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, antineoplásicas, antiaterogênicas e antioxidantes. No entanto, apresenta características tecnológicas deficientes e baixa biodisponibilidade, o que dificulta seu uso em aplicações alimentares. A nanoencapsulação pode superar essas limitações, mas é necessário resolver preocupações sobre a segurança de bioativos nanoengenheirados antes que possam ser utilizados efetivamente como aditivos alimentares. O objetivo deste estudo foi avaliar os potenciais efeitos citotóxicos, genotóxicos e mutagênicos da naringenina, tanto em sua forma livre quanto encapsulada, através de experimentos in vivo com raízes de Allium cepa L., juntamente com análises farmacocinéticas e de docking molecular. Os resultados mostraram que as nanopartículas de naringenina não apresentaram alterações significativas no índice de divisão celular das células meristemáticas nas raízes de A. cepa. Além disso, não foram observadas alterações significativas no fuso mitótico ou quebras cromossômicas. Os estudos de docking molecular indicaram que a naringenina se liga efetivamente ao sítio ativo da enzima catalase (CAT) de maneira competitiva, enquanto se anexa a um local distante do sítio ativo da superóxido dismutase (SOD2), demonstrando uma interação não competitiva. As avaliações das propriedades ADMET sugeriram que a naringenina apresenta toxicidade relativamente baixa e características moleculares favoráveis à administração oral. Em resumo, este estudo apoia o potencial da naringenina, especialmente em sua forma nanoencapsulada, como um ingrediente seguro e eficaz para alimentos funcionais, desde que as preocupações de segurança relacionadas à nanoencapsulação sejam adequadamente abordadas.
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