VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 62-71

Síndromes de polinização e sazonalidade dos recursos florais em uma comunidade vegetal na Caatinga Paraibana, Nordeste do Brasil

Quirino, ZGMMachado, IC

Descrever o padrão fenológico das plantas e correlacionar com a quantidade e qualidade dos recursos disponíveis para os polinizadores é fundamental para entender a dinâmica temporal das comunidades biológicas. Neste sentido, foram estudadas as síndromes de polinização de 46 espécies com diferentes hábitos (árvores, arbustos, ervas, trepadeiras) em uma área de caatinga, no Cariri Paraibano no Nordeste do Brasil (7° 28′ 45″ S e 36° 54′ 18″ W) durante dois anos. Para as diferentes espécies foi acompanhado o período de floração, sendo destacada a fase de início e o pico. As síndromes de polinização foram caracterizadas com base nos atributos florais, como tamanho, cor, morfologia, simetria, tipo de recurso, bem como a partir de observações visuais diretas dos visitantes florais em plantas focais e informações de literatura. Foram encontradas diferenças entre os hábitos, relacionadas aos distintos atributos florais, tipo de recurso e síndrome floral. O período de floração das espécies mostrou-se distinto entre os diferentes tipos de síndromes. A maioria das espécies melitófilas floresceu na estação úmida, enquanto as demais no final da estação seca, nos dois anos de estudo. Foi observada assincronia na floração das espécies quiropterófilas e concentração entre as esfingófilas na estação úmida. A disponibilidade de recursos florais apresentou diferenças entre as estações seca e chuvosa, diferindo também entre os hábitos. A oferta de flores de óleo coincidiu com o período de menor disponibilidade de néctar. Foi observada relação entre a distribuição temporal das diferentes síndromes de polinização, juntamente com a disponibilidade dos recursos florais, nos diferentes hábitos para este ecossistema tropical. A alocação de recursos em ambientes sazonais, como a Caatinga estudada, pode funcionar como uma estratégia para manutenção de polinizadores, facilitando, portanto o sucesso reprodutivo das espécies vegetais.(AU)

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