VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Grazing impacts of the invasive bivalve Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) on single-celled, colonial and filamentous cyanobacteria

Gazulha, VMansur, MCDCybis, LFAzevedo, SMFO

O comportamento alimentar do bivalve invasor Limnoperna fortunei na presença de cianobactérias solitárias, coloniais e filamentosas foi testado em experimentos laboratoriais, para avaliar os efeitos do tamanho e da forma na alimentação dos mexilhões. A primeira hipótese sustenta que o mexilhão dourado filtra as partículas menores com maior eficiência, como as células solitárias de Microcystis, as quais seriam assimiladas mais facilmente. A segunda hipótese sustenta que L. fortunei filtra com mais eficiência as colônias arredondadas, como Microcystis, que seriam mais facilmente ingeridas do que os filamentos longos, como Planktothrix. As taxas de filtração do mexilhão dourado na presença das cianobactérias solitárias, coloniais e filamentosas foram semelhantes. No entanto, houve uma grande diferença nas taxas de ingestão e produção de pseudofezes. As células solitárias foram amplamente aceitas como alimento, enquanto as cianobactérias filamentosas e coloniais foram massivamente expulsas sob a forma de pseudofezes. Os resultados confirmaram a primeira hipótese, a de que o mexilhão dourado prefere ingerir partículas menores. A segunda hipótese foi rejeitada, pois os filamentosos de Planktothrix foram preferencialmente ingeridos em relação às colônias de Microcystis. O mexilhão dourado apresenta potencial para remover células tóxicas de cianobactérias (Microcystis); entretanto, esse potencial ficaria reduzido em eventos de floração, em que as formas coloniais, preferencialmente rejeitadas por L. fortunei, são predominantes. Nesse caso, a presença do bivalve no ambiente poderia ainda potencializar a ocorrência da floração via rejeição das cianobactérias coloniais e filamentosas nas pseudofezes.

Texto completo