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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Bat-species richness in the Pantanal floodplain and its surrounding uplands

Alho, CJR.Fischer, E.Oliveira-Pissini, LF.Santos, CF.

Estudamos a fauna de morcegos na planície do Pantanal e nos planaltos de entorno no Mato Grosso do Sul, Brasil, com base na coleção científica da Universidade Anhanguera - Uniderp e no banco de dados do Projeto Morcegos do Pantanal, UFMS, incluindo 9.037 capturas de 56 espécies, entre 1994 e 2007. Amostragens no Pantanal foram feitas nas sub-regiões da Nhecolândia, Aquidauana, Miranda e Paraguai; no planalto as amostragens foram realizadas nas formações de Maracaju, Bodoquena e Urucum. Espécies de morcegos foram registradas ao longo de 376 noites em 35 sítios, predominantemente com o uso de redes de neblina próximas a árvores frutíferas, abrigos e florestas. Na planície, foram registradas 46 espécies (n = 6.292 indivíduos) e no planalto 44 espécies (n = 2.745 indivíduos). Seis famílias foram encontradas: Phyllostomidae (30 espécies), Molossidae (12 espécies), Verpertilionidae (nove espécies), Noctilionidae (duas espécies), Emballorunidae (duas espécies) e Mormoopidae (uma espécie). A fauna de morcegos foi predominantemente composta de espécies insetívoras (32) e frugívoras (15). O frugívoro Artibeus planirostris (n = 3.101) foi a espécie mais comum na planície e no planalto. Outras espécies comuns foram Myotis nigricans (n = 762), Molossus molossus (n = 692), Noctilio albiventris (n = 681), Platyrrhinus lineatus (n = 633), Sturnira lilium (n = 461), Carollia perspicillata (n = 451), Glossophaga soricina (n = 436), Artibeus lituratus (n = 320) e Desmodus rotundus (n = 281). Na planície, ocorreram três espécies de morcegos insetívoros dentre as espécies mais comuns, contrastando com o planalto, onde houve dominância de frugívoros. A diversidade para os 35 sítios reunidos (H' = 2,5) é comparável à encontrada em florestas tropicais. A fauna de morcegos apresentada aqui representa 34% das espécies brasileiras, e 62% das espécies já reportadas para a Bacia do Alto Paraguai. Adicionalmente, cinco espécies são reportadas pela primeira vez no Mato Grosso do Sul.

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