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Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

Histological and histochemical characterization of the secretory cells of Choeradoplana iheringi Graff, 1899 (Platyhelminthes: Tricladida: Terricola)

A. de Souza, S.M. Leal-Zanchet, A.

O presente estudo tem por objetivo fornecer detalhada descrição da histologia e a primeira caracterização histoquímica das células secretoras da epiderme, da faringe e do aparelho reprodutor de Ch. iheringi, visando a propor estudos da fisiologia desses órgãos. As células secretoras foram diferenciadas com base na morfologia da secreção e em sua coloração, com métodos tricrômicos e reações histoquímicas. Quatro tipos de células secretoras desembocam na epiderme de Ch. iheringi, sendo três com secreção protéica básica e uma do tipo mucoso, contendo glicosaminoglicanas. As células de revestimento que compõem a epiderme armazenam glicogênio. Na faringe, quatro tipos de células secretoras são observadas: duas produzem secreção de natureza glicoprotéica, uma apresenta secreção protéica básica e uma secreta glicosaminoglicanas. No aparelho copulador masculino, em sua vesícula prostática desembocam quatro tipos de células secretoras, as quais contêm secreção protéica básica, excetuando uma cuja secreção é de natureza glicoprotéica. O átrio masculino recebe a desembocadura de dois tipos de células secretoras, um tipo contendo secreção glicoprotéica e outro, glicosaminoglicanas. No aparelho copulador feminino, o átrio feminino e seu divertículo ental, a vagina, recebem a desembocadura de dois tipos de células secretoras, que produzem, respectivamente, proteína básica e glicosaminoglicanas. Um outro tipo de célula secretora constitui as chamadas glândulas da casca, que desembocam no ducto glandular comum e secretam proteína básica. As células de revestimento dos átrios masculino e feminino produzem secreções mucosas constituídas por glicosaminoglicanas. O epitélio de revestimento do átrio feminino apresenta, ainda, um tipo diferenciado de secreção protéica acumulada apicalmente. A ocorrência de um tipo de espermatóforo é registrada pela primeira vez para uma espécie de Choeradoplana. Tal estrutura foi observada em três espécimes, ocorrendo no átrio masculino ou feminino, sendo caracterizada pela associação de espermatozóides com secreções eritrófilas, xantófilas e/ou mistas.

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