Luminosidade excessiva reduz a coloração da pele do cardinal tetra
Linhares, Regiane MonteiroPinagé, Celina Maria Müller FerreiraDuncan, Wallice Paxiúba
Para compreender as mudanças morfológicas e fisiológicas da perda da coloração no tegumento do cardinal após exposição à luminosidade, exemplares de Paracheirodon axelrodi foram submetidos a diferentes intensidades luminosas (0, 250, 500, 1.200 e 2.700 lux), em diferentes intervalos de tempo (0, 12, 24 e 72 horas). Após a exposição, foram analisadas a dispersão dos melanossomos e a densidade de cromatóforos. A faixa de coloração escura do cardinal é constituída por melanóforos de coloração marrom-amarelado (dorsalmente localizados) e marrom-escuro (latero-medial). Na faixa azul iridescente, os melanóforos de cor marrom-escuro estão intimamente associados aos iridóforos. Eritróforos foram encontrados apenas na faixa vermelha. Observou-se que a perda da coloração ocorre devido à exposição pela luminosidade excessiva. As faixas melânica e neon tornam-se pálidas devido à redução na densidade dos melanóforos, enquanto a faixa vermelha intensifica-se como resultado da proliferação de eritróforos. Em baixa luminosidade (0 a 250 lux), os melanóforos (com melanossomos dispersos) proliferam-se nas faixas melânica e neon realçando ainda mais as cores vibrantes do cardinal. Nós sugerimos que na natureza a palidez pode representar um padrão de camuflagem durante as horas de intensa luminosidade nas águas pretas do rio Negro. A redução da coloração na pele pode ajudar o cardinal a confundir potenciais predadores visuais.(AU)
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