VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 89-98

Dinâmica populacional e reprodução de Artemesia Longinaris (Decapoda, Penaeidae) no Estado do Rio de Janeiro, Sudeste do Brasil

Semensato, Ximena Ester GuajardoDi Beneditto, Ana Paula Madeira

Durante 2004, dados referentes à distribuição de freqüência de tamanho de Artemesia longinaris (Decapoda, Penaeidae) foram analisados no Estado do Rio de Janeiro, sudeste do Brasil, para fornecer informações sobre crescimento, reprodução e mortalidade. Amostragens mensais foram realizadas entre Janeiro e Dezembro de 2004 durante operações de pesca locais. Os espécimes foram sexados, checados quanto à maturidade e o comprimento da carapaça (CC) e o peso úmido foram medidos. O tamanho da primeira maturação (CC50%) e o período reprodutivo também foram verificados. Os procedimentos do programa FiSAT II foram utilizados para identificação da função de crescimento de Von Bertalanffy (FCVB) (CCt = CC∞ (1 − exp − K (t − t0) com melhor ajuste para a classe de tamanho, para estimar as taxas de mortalidade e o tamanho da primeira captura (CCC50%), e para predizer o rendimento por recruta. A média do CC de espécimes imaturos e maturos foram de 10 e 13 mm para machos e de 14 e 17 mm para fêmeas. A relação entre comprimento da carapaça-peso para ambos os sexos indicou forte alometria, onde fêmeas são maiores que machos. Os parâmetros da FCVB diferiram entre os sexos: CC∞ = 18,9 mm e K = 0,69 ano−1 (machos) e CC ∞ = 28,4 mm e K = 0,58 ano−1 (fêmeas). O CC50% (12,5 mm para machos e 16,4 mm para fêmeas) e da CCC50% (9,6 mm para machos e 10,7 mm para fêmeas) indicam que os camarões são geralmente recrutados pela pesca antes de produzirem novos recrutas. A reprodução ocorre ao longo do ano, mas fêmeas ovadas foram abundantes principalmente em maio (outono) e setembro (final do inverno-início da primavera). A mortalidade total foi de 2,88 para machos e 1,88 para fêmeas e as diferenças podem estar relacionadas à mortalidade natural e as taxas de crescimento. A análise de rendimento por recruta indicou que a taxa de exploração na região ainda é inferior aos valores máximos preditos. As ações locais, o manejo envolvendo as comunidades e as campanhas educacionais poderiam ser mais adequadas a sustentabilidade desta população de camarão. Isso pode incluir manejo alternativo relacionado à pesca com rede de arrasto, alterações na seletividade da malha da rede e até mesmo mudança no período oficial de suspensão dessa pescaria. Os resultados apresentados devem ser considerados com cautela para fins de manejo e o monitoramento contínuo e de longo prazo ainda é requerido para melhor entendimento da dinâmica populacional de A. longinaris e do seu cenário de pesca na região estudada.(AU)

Texto completo