VETINDEX

Periódicos Brasileiros em Medicina Veterinária e Zootecnia

p. 170-165

Avaliação nutricional de coprodutos da extração de óleos vegetais em dieta de ovinos

Brás, PatríciaPossenti, Rosana AparecidaBueno, Mauro SartoriCanova, Erika BredaSchammas, Eliana Aparecida

A busca por fontes alternativas de produção de energia é uma necessidade em sistemas de produção sustentável, pois além de contribuir com o meio ambiente, pode proporcionar a produção de alimentos alternativos para animais. O presente trabalho teve como objetivo estudar a composição química das tortas oriundas da prensagem dos grãos de cártamo, nabo forrageiro, girassol e crambe, adicionadas em dietas de ovinos; estimar o valor nutricional em ensaios de degradabilidade ruminal in situ, avaliando os efeitos das dietas sob os parâmetros ruminais e sanguíneos, também estimar através da técnica in vitro a produção de gases de efeito estufa. Os tratamentos foram: silagem de milho como volumoso oferecido ad libitum, juntamente com 100g de grãos de milho moído e 100 g/dia de proteína bruta (PB), proveniente da torta a ser testada nos diferentes tratamentos. A quantidade de torta fornecida em cada tratamento foi a seguinte: T1-cártamo: 440g; T2-nabo forrageiro: 240g; T3-girassol: 452g e T4-crambe: 405g e foi equivalente a 100g de proteína. Foram utilizados quatro ovinos fistulados no rúmen, mantidos em baias individualizadas, distribuídos em quadrado latino 4 x 4. Os animais alimentados com as tortas de nabo forrageiro e crambe apresentaram menor consumo de matéria seca e perda de peso. O pH ruminal e as concentrações de AGCC não diferiram (P>0,05) entre os tratamentos. Maiores teores de N-NH3 foram observados nos animais alimentados com a torta de nabo forrageiro na dieta, que também apresentaram maiores degradabilidades potencial e efetiva da MS (88,62 e 83,25%). Na dieta com torta de cártamo foram observados maiores teores de FDA e lignina, menor degradabilidade efetiva da MS e PB (40,46 e 74,32%), menor produção total de gases in vitro (10,42 mL/g MS) e menor degradabilidade da MS e MO (671 e 556,95 g/kg, respectivamente), enquanto na dieta com torta de nabo forrageiro foram obtidos os maiores valores destas frações. Os coprodutos avaliados apresentam características que os qualificam como potenciais fontes de proteína para ruminantes. De acordo com os perfis de degradação obtidos, os coprodutos podem ser adicionados a dietas de ruminantes, porém as tortas de nabo forrageiro e crambe necessitam de maior atenção por terem apresentado menor consumo e perda de peso dos animais.(AU)

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